Dólar dispara e fecha a R$ 3,92

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O dólar disparou nesta quinta-feira (7). As negociações do Tesouro Direto foram suspensas até esta sexta-feira, em meio à forte volatilidade. A moeda subiu 2,25%, a R$ 3,9233.

Apesar de ter se intensificado nesta quinta, a tendência negativa já vinha presente no mercado financeiro brasileiros nas últimas semanas, em meio as incertezas sobre a recuperação da economia e dúvidas sobre o cenário eleitoral.

Turbulências nos mercados externos e a greve dos caminhoneiros agravaram esse movimento, mas nesta quinta há ainda rumores de movimentos especulativos piorando o cenário. Isso porque, com o avanço do dólar acima do esperado nos últimos dias, investidores que estavam apostando em um patamar mais baixo da moeda tentam corrigir suas aplicações.

Esse movimento é seguido por outros investidores, e essa sequência aumenta a procura por dólar e faz o valor da moeda subir ainda mais.

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Em meio a essa disparada do câmbio, os mercados de ações e títulos acompanham a volatilidade, como explica o economista da Global Financial Advisor, Miguel Daoud. “Alguns investidores estão ficando para trás, e isso causa um certo pânico”, diz ele.

Daoud diz que, mesmo com as incertezas estruturais em torno dos cenários interno e externo, “nada justifica a bolsa estar caindo o que está caindo hoje e o dólar subir o que está subindo”.

No entanto, para economista chefe da Infinity Asset, apesar de haver “odores de um ataque especulativo, não se pode confirmar isso”. Ele ressalta que a turbulência acontece em meio a “um cenário desafiador para o Brasil no curto prazo”, com a “união de diversos eventos infelizes”.

Já Karel Luketic, analista chefe da XP investimentos, diz que o movimento dos mercados nesta quinta não é resultado de especulação, e sim de correção de expectativas entre os investidores.

Incertezas

Os analistas apontam que os mercados seguem uma reversão das expectativas de retomada do crescimento da economia do Brasil, com as incertezas se agravando após a greve dos caminhoneiros. Além disso, as dúvidas sobre o cenário eleitoram também pesam.

“Houve a elevação do dólar, que levou à alta do petróleo, que levou a problemas de transporte”, enumera Vieira, apontando em seguida a greve dos caminhoneiros. “Depois da paralisação, teve agora as últimas pesquisas eleitorais bastante desafiadoras para o centro político, dando espaço para candidatos mais voltados para o populismo.”

Luketic comenta que há "uma falta de clareza em relação ao que vai ser o cenário eleitoral", com as pesquisas mostrando destaque a "candidatos vistos como mais extremos".

O economista destaca ainda a tendência nos mercados internacionais, analisando o exemplo do avanço do dólar. "Honestamente, acho que o câmbio segue o que está acontecendo lá fora. A gente só tem mais ou menos volatilidade por conta de outras incertezas que se somam", avalia.

 

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