Dólar sobe após anúncio de saída de presidente da Petrobras

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A moeda norte-americana  voltou a subir acima de R$ 3,75 nesta sexta-feira (1), com a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras prejudicando a percepção dos investidores, sobretudo os estrangeiros, sobre a condução da economia brasileira e impactos do subsídio ao diesel sobre as contas públicas.

Às 13h50, a moeda dos EUA subia 0,65%, a R$ 3,7598. Na máxima do dia até o momento chegou a R$ 3,7641.

O dólar encerrou o mês de maio cotado a R$ 3,7356 na venda, acumulando alta de 6,65% no mês. No ano, a moeda acumulou até o pregão de quarta-feira (30) alta de 12,74%.

"A demissão gera dúvidas sobre a continuidade das políticas ortodoxas do governo", afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano, ao justificar a piora do mercado.

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Parente decidiu deixar o cargo em meio a discussões sobre a política de preços da petroleira. Por causa da greve dos caminhoneiros, a estatal havia concordado em reduzir a frequência dos reajustes do diesel por um determinado período contanto que a União pagasse pelas perdas causadas à empresa.

Parente trouxe credibilidade à estatal, bastante arranhada após o rombo decorrente da Lava-Jato, com a implementação de política de reajustes quase que diários dos combustíveis, acompanhando os preços internacionais do petróleo.

Exterior

Na abertura, a moeda subia ante o real, depois que dados mais fortes do mercado de trabalho norte-americano endossaram a força da economia do país e reforçaram as apostas de mais juros nos EUA neste ano.

"Investir em 'risco' no atual momento não parece ser a melhor decisão, afinal os cenários externo e interno não contribuem para essa ousadia, ainda mais em uma sexta-feira de emenda de feriado, o que reduz a liquidez dos mercados no Brasil", comentou a Advanced Corretora em relatório.

No exterior, o relatório do mercado de trabalho norte-americano surpreendeu positivamente ao mostrar a criação de 223 mil vagas em maio, taxa de desemprego de 3,8% e avanço de 0,3% na renda média por hora.

O dólar operava em alta ante a cesta de moedas influenciado pelos dados fortes do mercado de trabalho dos EUA. Ante divisas emergentes, operava misto, em leve queda ante o peso mexicano e leve alta ante o peso chileno.

O anúncio dos EUA de que vão impor tarifas de importação sobre alumínio e aço do Canadá, do México e da União Europeia, encerrando meses de incerteza sobre possíveis isenções, reacenderam temores sobre uma guerra comercial global, também ajudando a fortalecer o dólar.

Atuação do BC

Internamente, o Banco Central manteve sua atuação no mercado de câmbio. Vendeu 15 mil novos contratos de swap cambial tradicional – equivalente à venda futura de dólares -, totalizando US$ 750 milhões. Em maio, o BC vendeu US$ 7,250 bilhões em novos contratos.

Também vendeu integralmente a oferta de até 8.800 contratos de swap cambial tradicional, rolando R$ 440 milhões do total de US$ 8,762 bilhões que vence em julho.

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