Dados mostram aumento de 8% no consumo brasileiro de energia em maio

Rio Grande do Sul registrou queda de 2,6%, impacto da crise climática e das enchentes que atingiram o estado no começo do mês

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Torres de energia elétrica (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Torres de energia elétrica (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontou que o Brasil encerrou maio com consumo de 70.207 megawatts médios, aumento de 8% em relação ao mesmo mês do ano passado. As informações são do Boletim InfoMercado Quinzenal, produzido pela organização com o intuito de antecipar as principais movimentações do mês anterior com qualidade e agilidade. Os dados demonstram, pela primeira vez, os impactos da crise climática na demanda do Rio Grande do Sul, que caiu 2,6% no período.

O mercado regulado, em que os consumidores menores compram sua energia das distribuidoras, sofre uma maior influência do clima. Por conta do calor registrado em quase todo o país, o consumo no segmento avançou 12,3% na comparação anual. Já no ambiente livre, no qual o comprador pode escolher de quem quer adquirir seu fornecimento e negociar condições de contrato, houve um aumento de 1,8% ante a igual período de 2023.

Monitoramento do consumo em 15 ramos de atividade apontou que as maiores altas de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, foram observadas pela Câmara nos setores de madeira, papel e celulose (7,4%), saneamento (6,5%) e bebidas (6%). Entre os que registraram maior declínio estão a indústria têxtil (-6,5%), químicos (-4,5%) e veículos (-2,1%)

Todo os estados apresentaram alta no consumo de eletricidade em maio. Neste período, comumente, o país registra avanço de frentes frias, mas a situação inversa, de ondas de calor e menos chuva, elevou o consumo de eletricidade em todas as regiões. Destaque para o Mato Grosso do Sul (13,3%), Paraná (10,7%), São Paulo (10,3%) e Amazonas (8,9%). Rondônia e Rio Grande do Sul tiveram queda no consumo em -2,6%. A situação no estado gaúcho é impactada diretamente pelas enchentes e a crise climática no começo de maio.

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As hidrelétricas entregaram quase 50 mil MW médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), avanço de 2,2% no comparativo anual, contribuindo para manter o Brasil na vanguarda da produção de energia renovável. Os parques eólicos, segunda principal fonte do país, geraram 12,8 mil MW médios, montante 26% maior frente a igual período do ano passado. As fazendas solares também tiveram bom desempenho, com mais de 3,11 mil MW médios, avanço de 50%.

Nesta segunda-feira, o Ministério de Minas e Energia (MME) publicou portaria com as diretrizes para o leilão de compra de energia elétrica nas modalidades Energia Existente A-1, A-2 e A-3, de 2024. Os certames serão realizados no dia 6 dezembro e os contratos terão prazo de suprimento de 2 anos, com início em janeiro de 2025 (A-1), janeiro de 2026 (A-2) e janeiro de 2027 (A-3).

Os leilões, segundo a pasta, serão para atender as necessidades das distribuidoras e contratar energia mais barata para os consumidores finais, “diante do cenário de sobre oferta e de baixos preços”.

A energia será contratada de empreendimentos já existentes, na modalidade por quantidade, e seguindo as regras do mercado regulado, para qualquer tipo de fonte.

Atualmente, a maioria dos contratos é reajustado anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, isso faz com que a inflação passada se propague, influenciando preços futuros.

“A proposta é que os certames não tenham atualização de preço durante as vigências, como já era praticado. O objetivo é deixar os preços mais compatíveis com as práticas de mercado para contratos de curto e médio prazo”, informou o MME.

Segundo as regras, os agentes de distribuição de energia devem apresentar a Declaração de Necessidade para os certames no período de 28 de agosto a 4 de setembro, que deverão ser ratificadas ou retificadas no período de 6 a 20 de novembro, desde que haja demanda declarada pelos agentes de distribuição.

Após esse período, a declaração será considerada irrevogável, irretratável e servirá para posterior celebração dos contratos de energia no ambiente regulado.

Os leilões de energia existente A-1 e A-2, realizados em dezembro do ano passado, movimentaram R$ 1,325 bilhão em contratos, para fornecimento entre janeiro deste ano e dezembro de 2026. O leilão A-1 negociou energia ao preço médio de R$ 90,97 por megawatt/hora, com deságio de 9,03% em relação ao preço-teto estabelecido de R$ 100/MWh. Já para o leilão A-2, o preço médio ficou em R$ R$ 117,22/MWh, alcançando deságio de 21,85%.

Segundo o MME, os dois certames geraram uma economia de aproximadamente R$ 234,5 milhões.

Com informações da Agência Brasil

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