De volta aos 100 mil pontos

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Como estávamos antecipando, a Bovespa tocou de forma mais consistente a faixa de 100 mil pontos do índice, situação que não acontecia desde meados de setembro. Será preciso manter essa situação para que possamos projetar novos objetivos ainda mais altos.

Ontem os mercados acionários no mundo ajudaram a chegar nesse patamar, por conta de expectativas com o pacote de estímulos fiscais nos EUA, vacinas e também por declarações do ministro Paulo Guedes.

No exterior começamos a terça-feira na expectativa de nova conversa entre a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Os investidores foram então em busca de maior risco em suas aplicações em todo o mundo. Nancy Pelosi, no entanto, advertiu que não seria para fechar o acordo, mas discutir as diferenças entre Republicanos e Democratas. Mas os investidores passaram a dar como certo algum acordo, que não se sabe exatamente qual será.

Também os testes de vacinas se contrapõem ao contágio ascendente pela covid-19. A Moderna, uma das farmacêuticas já com pesquisas e testes em fase avançada, deve pedir uso emergencial da vacina, assim como anunciou a Pfizer. A AstraZeneca também retomou testes. Em outro ambiente, a Rússia falou em apoiar corte de produção de petróleo após o término de 2020, caso o contágio pelo vírus reduza a velocidade de recuperação das economias.

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O presidente Donald Trump pediu investigação contra o filho de Joe Biden antes das eleições e, segundo seu secretário, Larry Kudlow, o presidente apoia fortemente o pacote fiscal, mas não deixou de criticar a presidente da Câmara como obstáculo. Na União Europeia, o dirigente Michel Barnier disse que as portas estão abertas para negociar com o Reino Unido, e que mais poderia ser feito.

No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque conseguiu recuperação, revertendo tendência de queda do início do dia e mostrando alta de 1,81%, pouco antes do encerramento e com o barril cotado a US$ 41,57. O euro seguiu em alta frente ao dólar e cotado a US$ 1,183 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,79%.

O ouro e a prata com altas na Comex e commodities agrícolas com viés positivo na Bolsa de Chicago. O minério de ferro negociado na China registrou leve alta de 0,07%, com a tonelada em US$ 119,61.

No segmento local, destaque para exposição virtual do ministro Paulo Guedes afirmando a reforma tributária sem ampliação da carga de impostos, de não ferir o teto de gastos e sugerindo a privatização da Caixa Econômica, o maior banco digital do mundo, depois das contas abertas para auxílio emergencial. Os investidores locais gostaram de ouvir isso e foram as compras. Resta saber como se dará essa mágica.

Assustando bastante, surgem as dívidas do Brasil que vencem ainda no primeiro quadrimestre do ano em montante de R$ 643 bilhões. Existe a opção do socorro pelo Bacen encaminhando a variação cambial (como fez recentemente) ou o Bndes retornando com recursos. No mercado doméstico, dia de dólar em alta de 0,17% e cotado no encerramento em R$ 5,61, e DIs também com quedas de juros.

Na Bovespa, na sessão do dia 16, os investidores estrangeiros voltaram a sacar recursos no montante de R$ 297,5 milhões, deixando o saldo de outubro ainda positivo em R$ 986 milhões e o ano com saídas líquidas de R$ 86,8 bilhões.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou a indicação de Jorge Oliveira para integrar o TCU, na indicação do presidente Bolsonaro e a embaixada da China saiu em defesa da gigante de tecnologia Huawei sobre a adoção da tecnologia 5G. O Brasil precisa definir como vai lidar com isso, já que a China é nosso maior parceiro comercial. A segunda prévia do IGP-M de outubro mostrou alta de 2,92%, com a inflação em 12 meses chegando a 20,56%.

No mercado acionário, dia de alta pequena de 0,08% na Bolsa de Londres, Paris estável e Frankfurt com queda de 0,92%. Madri e Milão com altas de respectivamente 0,98% e 0,56%. No mercado americano, o Dow Jones com alta de 0,40% e Nasdaq com +0,33%. Na Bovespa, alta de 1,91% e índice em 100.543 pontos, com a liderança do setor bancário e Petrobras.

Na agenda desta quarta, teremos a confiança da indústria de outubro e o fluxo cambial da semana anterior. Nos EUA, dados do Livro Bege, uma síntese da economia, os estoques de petróleo na semana anterior pelo Departamento de Energia e discursos de dirigentes do BoE (o BC inglês) e do Fed (o homólogo americano).

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Alvaro Bandeira

Sócio e economista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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