Decisão do Fomc de manter a taxa básica de juros inalterada foi unânime

Para especialista, 'ata enfatizou a observância de progressos adicionais na inflação para retomada de corte de juros'

379
Prédio do Federal Reserve, Fed
Prédio do Federal Reserve, Fed (foto de Liu Jie,, Xinhua)

Publicada hoje, a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto dos EUA (Fomc) indicou que todos os membros apoiaram a decisão de manter a taxa básica de juros inalterada na última reunião no mês passado.

Os membros do comitê também mantiveram o compromisso de manter a taxa de meta de inflação de 2% e o emprego máximo.

“Os participantes também concordaram que a perspectiva econômica permaneceu inalterada em relação à reunião anterior em dezembro do ano passado. Ao mesmo tempo, o documento mostrou que a maioria dos participantes também queria ver mais progresso na inflação antes de futuras decisões de política monetária. A postura permanece alinhada com a declaração do presidente Jerome Powell de que o Fed não tem pressa em cortar as taxas”, publicou o Advanced Financial Network.

Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, “a ata enfatizou a observância de progressos adicionais na inflação para retomada de corte de juros. Além disso, adotou um tom de cautela a respeito dos níveis da taxa neutra de juros americana e a calibragem da política monetária. O mercado de juros reagiu positivamente revertendo a alta nos rendimentos, especialmente nos vértices mais longos, após o leilão de títulos do Tesouro ter demanda abaixo do esperado.”

Espaço Publicitáriocnseg

“No âmbito doméstico, o fluxo de dólares tem sido expressivo em fevereiro, impulsionado principalmente pelo diferencial de juros entre o mercado local e o externo, pelo aumento dos preços das commodities e, mais recentemente, pelo sucesso da emissão de bonds do Tesouro brasileiro, que captou US$ 2,5 bilhões no mercado internacional. No entanto, hoje houve uma atenuação desses fatores, levando a moeda a um ajuste mais técnico, com o mercado refletindo um menor fluxo de entrada de dólares na sessão.”

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, “a mensagem principal que se extrai da ata é a preocupação renovada com a dinâmica inflacionária. Além de reafirmar a estabilidade da inflação acima da meta nos últimos meses, atenta para a assimetria altista no balanço de riscos e pela primeira vez alerta para os potenciais impactos das políticas comerciais e imigratórias do novo governo. Não chega a ser surpresa, e os movimentos de mercado não se alteraram de forma visível após a divulgação do documento. No entanto, cresce a possibilidade que um eventual novo corte nos juros só ocorra no segundo semestre. E as discussões sobre se mesmo um corte de 0,25 ponto percentual já pode não ocorrer vão ganhar relevância. Em breve aqueles que acreditam até em riscos para novos aumentos de juros passarão a ser ouvidos com mais atenção”.

Matéria atualizada às 17h35 para inclusão de análise do economista-chefe da Nomad

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui