Declínio da imigração é risco maior para EUA que tarifas

Colapso da imigração: queda de mais de 90% em comparação com a taxa dos anos anteriores

94
Sapatos de imigrante em cerca de arame farpado na fronteira EUA-México
Fronteira EUA-México (foto de Liu Jie, Xinhua)

Embora a inflação e as tarifas tenham dominado as manchetes, alguns economistas alertam que o declínio da imigração nos EUA pode representar um obstáculo ainda maior ao crescimento. “Embora todos estejam focados no impacto das tarifas, a verdadeira história da economia estadunidense é o colapso da imigração: queda de mais de 90% em comparação com a taxa de execução dos anos anteriores, equivalente a uma desaceleração no crescimento da força de trabalho de mais de 2 milhões de pessoas”, escreveu o estrategista do Deutsche Bank, George Saravelos, em nota nesta sexta-feira.

“Isso representa um choque de oferta negativo muito mais sustentado para a economia do que as tarifas.” O Deutsche Bank observou que a redução da imigração pode ter um impacto de longo prazo mais prejudicial à economia do que as políticas comerciais.

Por enquanto, o mercado de trabalho nos EUA vem se mantendo aquecido. A economia estadunidense gerou 139 mil novos empregos não agrícolas em maio passado, um número inferior aos 147 mil empregos criados em abril, embora acima das expectativas de 125 mil novos empregos, enquanto a taxa de desemprego ficou estável em 4,2%, de acordo com o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.

Porém, o Departamento do Trabalho revisou para baixo os dados publicados para março e abril, quando foram criados 125 mil e 147 mil empregos, respectivamente, um corte de 95 mil empregos em relação às estimativas anteriores.

Espaço Publicitáriocnseg

“O relatório de folha de pagamento não agrícola veio melhor do que o esperado”, disse Anthony Saglimbene, estrategista-chefe de mercado da Ameriprise, em entrevista à CNBC. “Isso mostra que o mercado de trabalho está se mantendo muito bem, apesar de algumas tendências de desaceleração do crescimento.”

“Os principais números do relatório de empregos de maio são mais do que sólidos, são fortes… Para o Fed, isso provavelmente significa que eles podem ficar em modo de espera”, disseram economistas do Bank of America Global Research.

As ações dos EUA avançaram nesta sexta-feira, com os investidores reagindo positivamente ao relatório da folha de pagamento e aos sinais de que as tensões entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o CEO da Tesla, Elon Musk, podem estar diminuindo.

O Dow Jones Industrial Average subiu 1,05%, para 42.762,87 pontos. O S&P 500 avançou 1,03%, para 6.000,36 pontos, ultrapassando o nível de 6 mil pela primeira vez desde o final de fevereiro. O Nasdaq Composite Index subiu 1,20%, para 19.529,95 pontos. As ações da Tesla se recuperaram 3,82% após a queda de 14,26% na quinta-feira.

No mercado de títulos, o rendimento da nota do Tesouro dos EUA de 10 anos subiu para 4,51%, ante 4,39% no dia anterior, marcando seu nível mais alto em duas semanas.

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui