Déficit comercial dos EUA em março é recorde: US$ 162 bilhões

Déficit comercial bate recorde puxado por aumento de 30,8% nas importações, enquanto exportações cresceram só 6,8% em março de 2025

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Mercado nos EUA
Mercado nos EUA (foto de Li Jianguo, Xinhua)

O saldo negativo da balança comercial de mercadorias dos Estados Unidos aumentou em março passado para um novo recorde de US$ 161,985 bilhões, o que representa um aumento de 9,6% em relação ao déficit de fevereiro e de 74,6% em um ano, segundo dados divulgados pelo Escritório de Indicadores Econômicos do Departamento de Comércio.

Assim, o déficit comercial de mercadorias dos EUA tem se mantido desconfortavelmente acima de US$ 100 bilhões todos os meses desde que a vitória de Donald Trump na corrida presidencial foi confirmada em novembro de 2024, com recordes em janeiro de 2025 e agora em março, informa a agência de notícias Europa Press.

O aumento do déficit comercial registrado em março, apesar dos primeiros anúncios de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, reflete um maior impulso das importações de mercadorias, que totalizaram US$ 342,746 bilhões, 5% a mais do que em fevereiro e 30,8% acima do valor do mesmo mês de 2024.

O aumento das importações pode ter ocorrido por antecipação das compras devido à expectativa das tarifas. As exportações de mercadorias dos Estados Unidos no terceiro mês de 2025 totalizaram US$ 180,761 bilhões, com um crescimento mensal de 1,2%, além de 6,8% sobre o valor de março do ano anterior.

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Está previsto que os Estados Unidos publiquem nesta quarta-feira sua primeira estimativa da evolução do PIB no primeiro trimestre de 2025, coincidindo com os primeiros 100 dias do segundo mandato presidencial de Donald Trump.

Maior porto dos EUA prevê queda de 35% das importações da Ásia

O Porto de Los Angeles, o maior e mais movimentado porto dos Estados Unidos, prevê uma queda de 35% nos embarques da Ásia na próxima semana, informou o diretor executivo do porto à imprensa nesta terça-feira.

Gene Seroka, diretor executivo do Porto de Los Angeles, disse em entrevista ao programa Squawk Box, da CNBC, que espera que o volume de carga recebida caia em mais de um terço na próxima semana, em comparação com o mesmo período em 2024, já que o impacto das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, está levando as empresas a reduzir seus pedidos de importação.

“De acordo com nosso próprio otimizador de portos, que mede os carregamentos na Ásia, teremos uma queda de pouco mais de 35% na próxima semana em comparação com o ano passado. E é uma queda acentuada no volume, com vários grandes varejistas estadunidenses interrompendo todos os embarques da China com base nas tarifas”, disse Seroka na entrevista.

“Realisticamente falando, até que algum acordo ou estrutura seja alcançado com a China, o volume que sai de lá – com exceção de algumas commodities diferentes – será, na melhor das hipóteses, muito baixo”, acrescentou Seroka. Os embarques da China representam cerca de 45% dos negócios do Porto de Los Angeles, de acordo com a reportagem.

Além do menor volume de mercadorias, Seroka também afirmou na entrevista à CNBC que espera que cerca de um quarto do número habitual de navios que chegam ao porto seja cancelado em maio.

Seroka destacou que acredita que os varejistas estadunidenses têm de cinco a sete semanas antes que o impacto da redução dos embarques comece a se fazer sentir, em parte porque as empresas estocaram antes dos anúncios de tarifas de Trump.

“Não vejo um vazio completo nas prateleiras das lojas ou online quando estamos comprando. Mas se você estiver procurando uma camisa azul, poderá encontrar 11 roxas e uma azul em um tamanho que não é o seu. Então, começaremos a ver menos opções nessas prateleiras simplesmente porque não estamos recebendo a variedade de produtos que chegam aqui com base nos custos adicionais em vigor. E para aquela camisa azul que ainda resta, você verá um aumento de preço”, observou ele na entrevista.

O Porto de Los Angeles movimentou cerca de 17% de todo o comércio internacional de contêineres que passa pelos portos marítimos dos EUA. Os portos adjacentes de Los Angeles e Long Beach, no sul da Califórnia, constituem o maior complexo portuário do país. Cerca de 31% de tudo o que os EUA importaram ou exportaram em contêineres por via marítima passou pelos portos gêmeos da Baía de San Pedro, segundo a agência de notícias Xinhua.

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