Conta de juros sobe quase R$ 200 bilhões em 12 meses

Dívida Líquida do Setor Público é de 62,2% do PIB e déficit nominal, que inclui juros, passa de R$ 1,1 trilhão

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Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

No acumulado em 12 meses até junho deste ano, os juros nominais alcançaram R$ 835,7 bilhões (7,48% do PIB), comparativamente a R$ 638,1 bilhões (6,06% do PIB) nos 12 meses até junho de 2023. O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 135,7 bilhões em junho. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou 9,92% do PIB, ficando em R$ 1,108 trilhão, ante déficit nominal de R$ 1,062 trilhão (9,56% do PIB) acumulado até maio de 2024.

O Banco Central informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) fechou junho em 62,2% do PIB (R$ 6,9 trilhões), um aumento de 0,1 p.p do PIB no mês.

“Esse resultado refletiu os impactos dos juros nominais apropriados (aumento de 0,8 p.p.), do déficit primário (0,4 p.p.), da desvalorização cambial de 6,1% no mês (-0,7 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,3 p.p.)”, disse o BC.

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Em junho, os juros nominais do setor público não financeiro consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 94,9 bilhões, ante os R$ 40,7 bilhões registrados no mesmo mês de 2023. Essa evolução foi influenciada pelo resultado das operações de swap cambial (perda de R$ 28,6 bilhões em junho de 2024 e ganho de R$ 20,5 bilhões em junho de 2023).

Segundo o BC, esse aumento decorreu principalmente dos juros nominais apropriados (0,6 p.p.), das emissões líquidas (0,6 p.p.), do efeito da desvalorização cambial (0,3 p.p.), e da variação do PIB nominal (-0,4 p.p.).

No ano, o impacto dos juros nominais, de 4,1 p.p., do reconhecimento de dívidas (0,2 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,7 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial de 14,8% acumulada no ano (-1,6 p.p.) resultou numa elevação da DLSP de 1,3 p.p. do PIB.

A Dívida Bruta (DBGG) – que abrange Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 77,8% do PIB (R$ 8,7 trilhões) em junho de 2024, aumento de 1,1 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.

“No ano, o aumento de 3,4 p.p. do PIB resulta, sobretudo, da incorporação de juros nominais (3,8 p.p.), da emissão líquida de dívida (0,9 p.p.), da desvalorização cambial (0,6 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (-2,1 p.p.)”, informou o Banco Central.

O setor público consolidado teve déficit primário (exclui o pagamento de juros) de R$ 40,9 bilhões em junho deste ano. O resultado é menor que o saldo negativo de R$ 48,9 bilhões observado no mesmo mês de 2023, informou o Banco Central.

No acumulado de 12 meses, o déficit primário do setor público consolidado – que engloba governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais – foi de R$ 272,2 bilhões. O resultado equivale a 2,44% do Produto Interno Bruto e é 0,08 ponto percentual (p.p) inferior ao déficit acumulado dos 12 meses até maio.

Em junho, o governo central – o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o próprio BC – e as empresas estatais tiveram déficits respectivos de R$ 40,2 bilhões e R$ 1,7 bilhão, e os governos regionais, superávit de R$ 1,1 bilhão.

Com Agência Brasil

Matéria atualizada às 14h22 para melhor explicar impacto dos juros

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