Delcídio distribui acusações, mas provas são pífias

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DE LULA E DILMA A AÉCIO E FH, PASSANDO POR MALANSITE delcidio

O senador Delcídio Amaral (sem partido/MS), em acordo de delação premiada homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, disparou a metralhadora giratória contra quase todos os políticos dos maiores partidos, tanto do governo, quanto da oposição. As acusações atingem a presidente Dilma Rousseff, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, o senador tucano Aécio Neves e até o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. O vice-presidente Michel Temer também foi citado.
As denúncias, porém, poderiam ser obtidas em revistas antigas dedicadas a escândalos, como Veja e Época. Pouca coisa nova foi revelada. Além disso, as provas apresentadas – em apenas alguns poucos casos relatados por Delcídio – se resumem a cópias da agenda do senador, que no máximo comprovariam que ele esteve no dia e no lugar com determinadas pessoas, como afirma, porém sem corroborar o teor das conversas que teve.
O peso maior das denúncias é por ter sido líder do governo, o que revelaria algumas relações do poder. Mas contra Delcídio pesa o fato de ele poder estar apenas carregando as tintas sobre quem o abandonou quando foi preso.
Dilma, segundo a delação, sabia tudo sobre Pasadena; Lula teria total envolvimento na nomeação dos diretores da Petrobras e teria atuado no mensalão; FH foi envolvido em negócios escusos na Petrobras, assim como ex-presidentes da empresa no governo tucano e no Governo Itamar. Malan teria pedido a Antonio Palocci – outro envolvido – para manter um diretor da estatal do petróleo.
Muitas das acusações são genéricas, como a ascendência do PMDB sobre as estatais do setor elétrico – fato de conhecimento geral. Sobre o ex-candidato tucano à Presidência da República Aécio Neves, Delcídio fala que ele teria atuado no sentido de maquiar alguns dados obtidos no Banco Rural pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, da qual o delator foi presidente em 2005.
Também voltou a falar do esquema conhecido como Lista de Furnas, que envolveria corrupção e lavagem de dinheiro que teria abastecido a campanha de políticos do PSDB e do PFL (atual DEM) nas eleições de 2002. Em nota, o senador Aécio Neves afirmou que as citações são “mentirosas, que não se sustentam na realidade e se referem apenas a ouvir dizer de terceiros” e que “Delcídio repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT”. O Palácio do Planalto e outros envolvidos negaram as acusações.

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