Demanda de empresas por crédito desacelerou em julho, segundo Serasa

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Dinheiro (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Dados do Indicador de Demanda das Empresas por Crédito da Serasa Experian mostram que, em julho deste ano, a busca das empresas por recursos financeiros desacelerou, quando comparada ao mesmo mês de 2021, marcando queda de 11,9%. A diminuição foi constatada em todos os portes das companhias.

Ainda na análise anual, o setor que apresentou a diminuição mais expressiva na demanda por crédito foi o de comércio (-15,2%) seguido pela indústria (14,2%). Em relação as regiões, a maior queda ocorreu entre as empresas do Centro-oeste (-11,9%) e a menor, do Nordeste (-10%).

Já a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) avaliou que mais uma vez, o crédito destinado às famílias deverá ser o destaque de um resultado mensal do saldo total da carteira. Em julho, ainda impulsionados pela reabertura das atividades, recuperação do mercado de trabalho e também pelo crédito rural, devido ao início do Plano Safra 2022/2023, o crédito às famílias deverá crescer 1,4%, fazendo com que o resultado total das operações acelere 0,8% no mês.

Com o resultado, o ritmo de expansão anual da carteira deve ficar em 16,3%, apresentando uma ligeira desaceleração ante estimativa da federação para junho (16,9%), em termos nominais. Entretanto, a desaceleração é inferior à da inflação, que saiu de 11,89% para 10,07% no mês, por conta da deflação registrada em julho de 0,68%, indicando que o crédito acelerou em termos reais, de 5,0% para 6,2%, sugerindo ainda um cenário positivo para o segmento.

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A pesquisa é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central e as projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 38% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito. O BC divulgará a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito na próxima segunda com as estatísticas pendentes de maio e junho, devido à greve de funcionários da autarquia no período.

De acordo com a pesquisa, em 12 meses, a carteira Pessoa Física deve registrar alta de 21,5%, mantendo-se em um ritmo de expansão bastante expressivo. A pesquisa revelou que a carteira Pessoa Jurídica deve recuar de 0,2% em julho. A queda deve ser liderada pela carteira livre (-0,6%), afetada pela sazonalidade negativa das linhas de fluxo de caixa. Por outro lado, a carteira direcionada (0,6%) deve ganhar impulso com a nova rodada do Pronampe, com início das operações na última semana do mês, mas cujo impacto deve ser maior em agosto. Em 12 meses, a carteira PJ deve acomodar para 9,3% (ante 10,5% em junho).

A Pesquisa Especial de Crédito mostra que as concessões de crédito devem ficar praticamente estáveis em julho, com ligeira queda mensal de 0,4%. No acumulado em 12 meses, o volume total de concessões também deve mostrar estabilidade, com crescimento de 23,8% (ante 23,7% em junho, segundo estimativa da Febraban). O resultado sinaliza que a injeção de crédito na economia tem se mantido bastante disseminada, a despeito da elevação da taxa Selic e dos sinais de alta da inadimplência.

Os recursos destinados às empresas devem ser impulsionados pela reedição do Pronampe. Já os recursos direcionados às famílias devem ser impulsionados pelo crédito rural.

As operações com recursos livres, por sua vez, devem mostrar retração. Para as empresas, o desempenho deve refletir a sazonalidade negativa das linhas de fluxo de caixa, como descontos de duplicatas e antecipação de faturas de cartão. Para as famílias, o resultado já pode refletir o impacto da política monetária mais restritiva que afeta especialmente as linhas mais sensíveis aos juros, como, por exemplo, a de financiamento de veículos.

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