Demanda por crédito cresce 34% em 2021

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O interesse dos brasileiros por obter financiamento para o consumo durante o mês de julho foi 34% superior ao que havia sido registrado no final de dezembro do ano passado. Essa é uma das principais constatações do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços.

O movimento foi liderado pelo crescimento da demanda por crédito no segmento de bancos e financeiras (46%) e de varejo (34%). Já a categoria serviços registrou uma alta de penas 7%. Quando a comparação é feita na relação de 12 meses (julho 21 X julho 20) o indicador demonstra que as preocupações causadas pelo pior momento da crise sanitária já foram superadas já que a demanda por crédito em julho deste ano foi 14% superior ao mesmo período do ano passado. Neste intervalo de observação o segmento de serviços aumentou 116%, varejo registrou acréscimo de 67% e bancos uma queda de 2%.

O resultado foi bem parecido com o saldo de operações de crédito no Brasil calculado pelo Banco Central. De acordo com o estudo, este indicador apresentou um acréscimo de 16,2% em julho de 2021 contra o mesmo mês do ano anterior. A concessão de crédito somou R$ 418 bilhões em julho.

Na comparação mês a mês, o INDC registrou alta em 4 dos 7 meses (março, maio, junho e julho) e queda em 3 (janeiro, fevereiro e abril). Em julho, a alta da busca total por crédito foi de 9% em relação a junho, consolidando o terceiro mês de crescimento consecutivo.

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Já Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativa, da Federação Brasileira de Bancos, apontou que a carteira total de crédito deve se manter em um ritmo de expansão elevado e crescer 11,3% em 2021; a projeção é superior à registrada na última edição do levantamento (+10,3%), feita em junho, com destaque para a carteira pessoa física com recursos livres, cuja projeção de crescimento passou de 12,6% para 15,6%, impulsionada pelo processo de reabertura da economia e do avanço da vacinação no país, o que favorece especialmente as linhas ligadas ao consumo.

A pesquisa é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O atual levantamento, realizado entre os dias 11 e 17 de agosto, reuniu as percepções de 18 bancos sobre a última Ata do Copom e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para o ano corrente e o próximo.

Segundo o levantamento, o expressivo desempenho esperado para a carteira Pessoa Física Livre gerou uma alta relevante na projeção da carteira Livre, que subiu 11,2% para os atuais 13,2%. No caso da carteira Pessoa Jurídica Livre, a revisão foi mais modesta, subindo de 10,4% para 10,6%.

Outro sinal positivo captado foi a melhora das projeções de inadimplência da carteira livre, tanto para este ano quanto para 2022. Para 2021, a nova projeção recuou 0,1 ponto percentual, para 3,4%, enquanto a taxa esperada para 2022 também declinou na mesma magnitude, de 3,7% para 3,6%. Ambas as projeções seguem abaixo do patamar pré-pandemia, quando a taxa estava próxima dos 4%, sinalizando que, apesar da alta esperada, esta deve continuar em patamar controlado.

Quanto às projeções para 2022, os entrevistados esperam uma expansão de 7,8% da carteira total de crédito, praticamente estável em relação à pesquisa anterior, quando a alta esperada era de 7,7%. A revisão mostrou uma melhora esperada para o desempenho da carteira com recursos livres (+9,8% ante +9,2%), compensada, em parte, por uma projeção mais modesta da carteira direcionada (+4,5% ante +5,1%). Neste caso, as revisões para baixo do desempenho da economia brasileira em 2022, diante das incertezas fiscais e políticas e o aumento da taxa Selic, tendem a conter a melhora das expectativas.

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