Demanda por transporte aéreo no Brasil cai 12,2%

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O desaquecimento do mercado de transporte aéreo no Brasil continuou se agravando em abril. A demanda consolidada por viagens domésticas recuou 12,2% ante o mesmo mês do ano passado. A estatística mostra aceleração em relação à queda apurada em março (-7,3%) e completa um período de nove baixas seguidas. Em termos absolutos, esse foi o pior desempenho mensal da demanda doméstica desde fevereiro de 2013 – e o pior desempenho do indicador para um mês de abril desde 2012.

O encolhimento da oferta, reduzida em 10,3% em abril, voltou a acontecer em patamar inferior ao da queda da demanda. Isso levou à piora de 1,73 ponto percentual no fator de aproveitamento das operações, resultando numa ocupação de assentos de 79,30% no mês.

Assim como verificado com a demanda, em termos absolutos, esse foi o pior resultado mensal desde fevereiro de 2013 e o mais fraco volume de passageiros para um mês de abril desde 2012.

“O cenário do ano (para a aviação) é muito ruim, absolutamente alinhado ao cenário nacional”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. O total de 6,9 milhões de passageiros pagos transportados significou uma queda de 12% em relação ao mesmo mês do ano passado e o pior abril desde 2012 em volume de passageiros.

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Em uma hipotética melhora súbita da economia, o presidente da Abear afirma que, “a partir de meados de 2017, voltaríamos a ter números positivos”.

Sanovicz projeta que a queda de oferta será mantida por todo 2016. “Seguiremos com esse ajuste de oferta, a malha aérea será reduzida em volumes superiores a 10%”. O acumulado do ano, entre janeiro e abril, já mostra queda de 5,26% na oferta. “Esse ajuste é uma saída das companhias aéreas para manter sua sustentabilidade financeira”, explica.

No acumulado do ano, o fator de aproveitamento recuou 1,09 ponto percentual, para uma ocupação de 79,83%. O total de 29,7 milhões de passageiros transportados em voos dentro do Brasil é 7,3% inferior ao registrado no ano passado

A Latam terminou abril com participação de 36,85% no mercado doméstico ante 37,2% em março e 36,87% em abril de 2015. A Gol teve fatia de 33,88% ante 32,9% no mês anterior e 36,81% em abril do ano passado. A companhia aérea Azul registrou participação de 17,49% ante 16,97% no ano passado e a Avianca teve fatia de 11,77% ante 9,34% na comparação anual.

 

Transporte internacional

 

“Apesar das retrações no doméstico já estarem acontecendo há meses, essa é a primeira vez que sente-se a retração também no mercado internacional”, disse Sanovicz.

Ante abril de 2015, a demanda internacional teve queda de 3,6%, o segundo resultado mensal negativo consecutivo no segmento. Nesse caso os números absolutos são os mais baixos para um mês qualquer desde junho de 2014, também os piores para abril desde o mesmo ano.

Com baixa de 6,8% no mês, a oferta teve redução mais expressiva do que a demanda, levando o fator de aproveitamento a um aprimoramento de 2,7 pontos percentuais, para uma ocupação de assentos de 81,41%. Foram transportados 546 mil passageiros entre o Brasil e o exterior, uma baixa de 1,7%. Essa foi a menor quantidade de passageiros internacionais transportados em um mês desde novembro de 2013 e o pior resultado para abril desde 2014.

Amparada ainda nos resultados de janeiro e fevereiro, a demanda internacional acumula alta de 2% nos quatro primeiros meses do ano. No período, a oferta mostra pequena elevação de 0,3%. O comportamento do mercado se refletiu no aprimoramento de 1,35 ponto percentual do fator de aproveitamento, para uma ocupação de 81,41%. O total de 2,5 milhões de passageiros transportados no quadrimestre mostra uma alta de 4,1% no indicador.

No segmento internacional, a Latam ficou com 80,38% do mercado em abril, enquanto a Gol ficou com 16,63%. A Azul chegou a 6,91%, enquanto a Avianca teve participação de 0,08%. No segmento, as empresas brasileiras embarcaram juntas 545 mil passageiros no mês passado, queda de 4,64% na base anual.

 

Cargas

 

No segmento doméstico, o volume de carga aérea movimentada pelas companhias somou 26,4 mil toneladas de cargas, número 6,3% abaixo do mesmo mês do ano passado. Nas operações internacionais o comportamento tem sido o inverso, com aumento de 14,3% na movimentação, que chegou a 16 mil toneladas de cargas transportadas no mês.

Em diferente intensidade, o fenômeno é observado nos resultados acumulados do transporte cargueiro dos quatro primeiros meses de 2016. Enquanto no segmento doméstico as 97,4 mil toneladas de cargas movimentadas representam uma baixa 12% na atividade, no segmento internacional as 61,3 mil toneladas de bens transportados revelam expansão de 6,8% na movimentação.

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