Desabastecimento do ‘kit intubação’ é gravíssimo

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Cirurgia em hospital (Foto: divulgação)
Cirurgia em hospital (Foto: divulgação)

A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), realizou levantamento junto aos hospitais filantrópicos do estado – cerca de 300 associados – e alerta que o desabastecimento de anestésicos e medicamentos do chamado “kit intubação” é gravíssimo. Os mais de 160 hospitais que responderam ao levantamento apontam que os estoques de anestésicos, sedativos e relaxantes musculares têm, em média, de três a cinco dias de duração e que começam a ficar escassos também os antibióticos.

“Vamos monitorando a situação através de um grupo online com mais de 200 hospitais, a cada dia a situação é mais desesperadora. Mesmo os hospitais que apontam entre 8 e 10 dias de estoque a situação é delicada, pois são hospitais maiores que também recebem grande volume de novas internações a cada dia e, dependendo da região, o estoque cai bruscamente de um dia para o outro”, afirma o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti.

Matão, Guarujá, Votuporanga, Presidente Epitácio, Fernandópolis e Rio Preto são exemplos de hospitais que operam com estoques entre 2 e 3 dias de margem apenas, mas a situação no estado todo é grave e os hospitais que acumulam 10 dias de estoque são raros.

Muitos hospitais que apontam o baixo estoque no levantamento preferem não divulgar cidade ou nome da instituição, preocupados em não causar pânico nos familiares dos pacientes internados.

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Em contato com mais de 22 fornecedores nas últimas 24 horas, os hospitais não encontraram possibilidade de compra.

“A Secretaria estadual tem ajudado, mas também não está conseguindo grandes volumes. Estamos batalhando por importações que estão sendo lideradas pela Confederação das Santas Casas, mas os estoques no exterior também não estão disponíveis e tememos pelo pior. Se o volume de internação não cair rapidamente, não conseguiremos repor os estoques e será uma situação trágica” alerta Rogatti.

Nos EUA, agências federais de saúde recomendaram também hoje uma pausa na aplicação da vacina contra a Covid-19 da Johnson & Johnson, depois de seis pessoas que a receberam desenvolverem um distúrbio raro envolvendo coágulos sanguíneos.

A medida é adotada menos de uma semana depois de reguladores europeus afirmarem que encontraram uma possível relação entre a vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca e um problema raro de coágulos sanguíneos, que levou a um pequeno número de mortes.

A vacina de dose única da Johnson & Johnson – a maioria das vacinas contra a Covid-19 é aplicada em duas doses – e o imunizante de baixo custo da AstraZeneca são vistos como ferramentas vitais contra uma pandemia que já causou mais de 3 milhões de mortes.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) fará uma reunião na quarta-feira (14) para analisar os casos relacionados à vacina da J&J e a agência reguladora Foods and Drugs Administration (FDA) revisará a análise, disseram os dois órgãos em comunicado conjunto. As seis pessoas que receberam a vacina e desenvolveram o distúrbio raro são mulheres na faixa de 18 a 48 anos, e os sintomas surgiram entre seis e 13 dias após a aplicação. Nos casos, um tipo de coágulo sanguíneo chamado trombose de seios venosos cerebrais foi detectado, em combinação com baixo nível de plaquetas sanguíneas.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a autorização temporária para uso em caráter emergencial no Brasil da vacina da Janssen, um braço da Johnson & Johnson. Seguindo a recomendação da área técnica da Anvisa, a maioria dos diretores votou pela permissão de uso, com base em uma avaliação de que os benefícios da vacina superam os riscos trazidos por ela.

Conforme a área técnica, o imunizante pode ser aplicado em pessoas com mais de 18 anos, com ou sem comorbidades. A eficácia geral demonstrada pela farmacêutica no processo de submissão foi de 66,9%. Quando considerados casos graves, a eficácia comprovada foi de 76,7% após 14 dias e 85,4% depois de 28 dias.

 

Com informações Agência Brasil, citando a Reuters

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