Não preparar previamente a lista do supermercado, comprar roupas e sapatos sem planejar ou até mesmo optar por um pacote de TV por assinatura com mais de 500 canais, quando mal fica em casa. Esses são alguns dos exemplos de atitudes que, sem planejamento, ocasionam o descontrole financeiro. Segundo o levantamento trimestral do Perfil do Consumidor realizado pela Central de Recuperação da TeleCheque, serviço oferecido pela MultiCrédito, o descontrole financeiro foi a maior causa de endividamento com cheque para 52% das mulheres.
O estudo foi elaborado com base nos 784 consumidores que procuraram o serviço de renegociação de dívidas entre os meses de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016. Nesse período, quem mais renegociou as dívidas foram as mulheres casadas, entre 31 e 40 anos, sem filhos, com segundo grau completo e que atuam em empresas privadas. A pesquisa mostra ainda que o endividamento para elas está relacionado com os gastos do dia a dia, principalmente para o lar e o bem-estar pessoal.
Ainda de acordo com a pesquisa, entre os homens que utilizam o cheque como meio de pagamento, a inadimplência foi de 48% por descontrole financeiro, mas com gastos com a manutenção e acessórios automotivos. Vale destacar que a inadimplência por conta do desemprego cresceu 15,9% entre homens e mulheres na comparação com os números do mesmo período de 2015.
Inadimplência oculta atrapalha recuperação de crédito
O Indicador de Recuperação de Crédito do Consumidor, obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplentes da base da Boa Vista SCPC, em todo o país, apontou queda de 3,6% na comparação acumulada em 12 meses (março de 2015 a fevereiro de 2016 contra os 12 meses antecedentes), aumentando 2,1 pontos percentuais, desde a última aferição divulgada em setembro de 2015.
Na variação interanual (fevereiro de 2016 contra o de 2015) o indicador apresentou queda de 8,2%. Já na análise mensal (fevereiro contra janeiro de 2016), da série de dados ajustada sazonalmente, houve elevação de 10,4%.
Em termos regionais, na comparação dos dados acumulados em 12 meses observa-se alta da recuperação de crédito nas regiões Norte (8,2%), Sul (7,6%) Centro-oeste (6,3%) e Nordeste (2,6%). Já a Região Sudeste é a principal responsável pela retração da média nacional, com queda de 10,9%, mantida a base de comparação.