Desejo de comprar é maior nas famílias com renda mais baixa

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Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou, na passagem de abril para maio, um crescimento de 4,4%. É a quinta alta consecutiva do indicador, medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Com o resultado, o índice atingiu 79,5 pontos em uma escala de zero a 200 pontos, o maior patamar desde maio de 2020 (81,7 pontos). Na comparação com maio do ano passado, o crescimento chegou a 17,7%. Os dados foram divulgados hoje (24), no Rio de Janeiro, pela CNC.

De abril para maio, a alta foi puxada pelas avaliações sobre a perspectiva profissional (7,1%), o momento para a compra de bens duráveis (5,5%) e sobre a renda atual (4,5%).

Já a alta de 17,7% na comparação com maio de 2021 foi influenciada principalmente pela perspectiva profissional (25,3%), pela perspectiva de consumo (24,7%) e pelo emprego atual (21,8%).

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Na análise por faixa de renda, observou-se que a intenção de consumo subiu mais nas famílias com renda mais baixa (até 10 salários mínimos), com altas de 4,8% no mês e 18,5% na comparação anual. Para aqueles que ganham mais de 10 salários, os aumentos foram de 2,8% e 15,3%, respectivamente.

Também o varejo eletrônico continua ganhando cada vez mais adeptos, mesmo após o ápice da pandemia. Segundo um estudo da empresa de pesquisa de mercado eMarketer, há dois anos, apenas 17,8% das vendas eram feitas a partir de compras on-line. Esse número deve chegar a 21% em 2022 e com a movimentação de US$ 5,55 trilhões. Estima-se que o crescimento deve chegar a 24,5% até 2025, o que se traduz em um alavancar de 6,7 pontos percentuais em apenas cinco anos.

Por outro lado, a alta no preço dos fretes terá reflexo direto no comércio eletrônico. Só em 2021, de acordo com a Neotrust, o faturamento das lojas virtuais foi de R$ 161 bilhões, com mais 353 milhões de entregas, número 17% maior que o ano anterior.

Porém as constantes altas nos preços dos combustíveis levam o preço dos fretes a sofrerem aumentos, o que impacta diretamente no e-commerce e em toda a cadeia que existe em torno desse nicho.

“Quando uma empresa oferece algum desconto ou oferta especial de frete, esse preço tem que ser pago. E com o preço do diesel nas alturas, as transportadoras precisam repassar esse aumento a empresas e aí começa o efeito cascata”, diz Vinicius Ribeiro, Head de Marketing da Magis5, empresa que desenvolve tecnologias para a integração de lojistas virtuais com grande Marketplaces como Mercado Livre, Amazon, Submarino e outras.

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP), apenas nos primeiros meses de 2022, o diesel sofreu um aumento de 22,6%, chegando à um preço médio de R$ 6,744 por litro, enquanto que em janeiro, a média nacional era de R$ 5,497.

Assim, o frete fica mais caro e no final das contas, os produtos também ficam com preços mais elevados, para cobrir esses aumentos. Outro ponto é que todo aumento de preços reflete na inflação, que diminui o poder de compra dos brasileiros.

Vinícius Ribeiro diz que uma das saídas é o investimento em experiências de compra híbridas com multicanalidade e operações omnichannel, que oferecem outras possibilidades aos clientes com diversas opções de compra e entrega, como por exemplo a retirada de um produto comprado online em uma loja física. De acordo com uma pesquisa feita pela Opinion Box, mais de 70% dos respondentes já começaram sua jornada de compra em um meio e a concluíram em outro canal.

 

Com informações da Agência Brasil

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