A taxa de desemprego surpreendeu o mercado no mês de fevereiro ao avançar de 14,2% para apenas 14,4%, ante expectativa mediana de 14,6% exatamente como projetava a Ativa Investimentos.
Étore Sanchez, economista-chefe da empresa, explica que a surpresa acabou ficando concentrada na força de trabalho que não subiu conforme o esperado, com relativa estabilidade ao redor de 100,3mi de pessoas.
“O resultado marginalmente positivo não afetou a perspectiva de que o desemprego deverá continuar avançando ao longo deste ano por uma ‘revelação’ estatística, uma vez que ainda temos desvios da força de trabalho por conta da pandemia”.
Para ele, os programas de manutenção do governo também acabam distorcendo as estatísticas. “Não que os mesmos não devessem existir, muito pelo contrário, mas a existência dos mesmos dificulta a leitura pura da taxa de desemprego. Por exemplo, o número de pessoas que trabalham habitualmente menos de 40 horas no seu único trabalho ou no conjunto de todos os seus trabalhos, e gostariam/estavam disponíveis para trabalhar mais horas, não para de avançar, muito provavelmente pela suspensão total ou parcial do trabalho no BEm”, conta Sanchez.
O economista diz que a melhor avaliação que a Pnad fornece pode ser observada através da subutilização da mão de obra que voltou a subir nesse mês atingindo 29,2% no trimestre findado em fevereiro deste ano, vindo de 29% no trimestre que acabou em janeiro. Em outras palavras, apesar de o Caged mostrar vigor no mercado formal de trabalho, a situação do emprego geral ainda é muito frágil e pouco otimista.
Já analistas do Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc (MUFG), disseram, em nota que “para o primeiro trimestre de 2021, esperamos uma taxa média de desemprego em torno de 15,2% em meio à desaceleração da atividade econômica causada pelo aumento do número de casos e mortes da Covid-19 desde o início de março. A taxa de desemprego no segundo trimestre de 2021 pode atingir o pior nível desde o início da série mensal da PNAD em 2012, próximo a 16,0%.”
A nota encerra lembrado que a partir do terceiro trimestre, a taxa de desemprego deve começar a diminuir e nossa expectativa é de 14,0%, seguida de uma taxa para o quarto trimestre de 13%.
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