Enquanto a região aguarda ansiosa pelo início do cessar-fogo, a taxa de desemprego em Gaza atinge 70% como resultado da guerra que Israel empreende contra a Palestina, disse nesta quinta-feira o ministro do Trabalho palestino, Nasri Abu Jaish. Em comunicado à imprensa, Jaish afirmou: “Perdemos milhares de trabalhadores e empregadores como resultado do bombardeamento violento e contínuo de dezenas de milhares de edifícios e unidades residenciais.”
Atualmente, mais de 350 mil trabalhadores palestinos ficaram desempregados, grande parte dos quais estão sem teto, disse Jaish.
Além disso, Israel prendeu 4 mil trabalhadores de Gaza, despediu dezenas de milhares de trabalhadores da faixa e expulsou muitos outros para a Cisjordânia depois de terem sido sujeitos a detenção e investigação, disse o ministro.
Desde 7 de outubro, Israel lançou ataques aéreos implacáveis e uma ofensiva terrestre em Gaza, em retaliação ao ataque surpresa do Hamas ao sul de Israel. Israel também impôs um bloqueio reforçado ao enclave costeiro palestino, cortando o fornecimento de eletricidade, água e alimentos a Gaza.
Economia de Israel desaba
No lado de Israel, os custos da guerra também fazem estragos na economia. O Ministério das Finanças reduziu substancialmente as suas previsões anuais de crescimento econômico, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira.
O impacto do atual conflito na economia de Israel vai além de qualquer incidente de segurança que o país tenha vivido durante as últimas duas décadas ou mais. Depois de um crescimento de 6,5% registado em 2022, o relatório prevê uma alta de 2% em 2023, abaixo dos 2,7% previstos no relatório anterior divulgado em junho.
Antes do conflito, o Ministério iria revisar a previsão para 3,4%. Assim, a projeção de crescimento per capita para 2023, que se situava em 0,8% em junho, foi reduzida para 0,1%.
Devido à elevada incerteza que marca a guerra, o relatório apresentou três cenários relativamente à previsão de crescimento para 2024, variando entre 0,2% e 2,2%, dependendo da duração e intensidade dos combates. Todos os três números possíveis de crescimento para 2024 são inferiores à previsão anterior de 3,1%.
O relatório prevê também um aumento de apenas 0,1% no consumo privado em 2023, face aos 3,1% da previsão anterior, uma vez que a sensação de segurança e os rendimentos das famílias são prejudicados.
Prevê-se que as exportações e importações diminuam 0,6% e 4,3%, respectivamente, este ano, principalmente devido a um declínio nas exportações de bens e a uma queda na procura local.
Cessar-fogo começa nesta sexta-feira
O Ministério das Relações Exteriores do Catar confirmou que o cessar-fogo na Faixa de Gaza ocorrerá oficialmente às 7h, horário local (2h de Brasília), desta sexta-feira. O Catar está intermediando a negociação.
O anúncio foi feito depois de os negociadores terem acertado os detalhes finais da trégua, que envolve a libertação de cerca de 50 reféns detidos por militantes do Hamas em troca de cerca de 150 palestinos detidos nas prisões israelenses.
O cessar-fogo começaria na manhã desta quinta-feira, esperava o Hamas, porém Israel adiou o começo enquanto conferia a lista de reféns que serão soltos e de palestinos presos que serão libertados.
Israel recebeu a lista de reféns que serão libertados da Faixa de Gaza na primeira fase de um acordo de troca alcançado com o Hamas, confirmou o governo israelense. Gal Hirsch, coordenadora de reféns e desaparecidos do Gabinete do primeiro-ministro israelita, disse num comunicado que o governo informou às famílias dos reféns que constavam da lista, sem revelar mais detalhes sobre a lista ou quando começaria o cessar-fogo.
Antes da trégua, 1,2 mil mortos israelenses e 14,5 mil palestinos
O Egito, que também intermediou a trégua Israel–Hamas junto com o Catar e os Estados Unidos nas últimas semanas, confirmou que o cessar-fogo adiado começará às 7h desta sexta-feira em Gaza.
O presidente do Serviço de Informação do Estado do Egito, Diaa Rashwan, disse que seu país recebeu duas listas respectivas dos reféns mantidos em Gaza e dos prisioneiros palestinos nas prisões israelenses, que deverão ser libertados.
Israel e Hamas concordaram inicialmente, na quarta-feira (22), em decretar um cessar-fogo temporário de quatro dias em Gaza, começando nesta quinta-feira, sob um acordo para o Hamas libertar pelo menos 50 reféns de Gaza em troca de cerca de 150 palestinos detidos em Israel.
No entanto, o diretor do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, disse em um anúncio na quarta-feira que o acordo não entraria, como esperado, em vigor na quinta-feira.
As tropas israelenses têm conduzido ataques aéreos e uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a um ataque surpresa organizado pelo Hamas, o grupo militante que governa o enclave palestino desde 2007. Israel disse que o ataque do Hamas matou cerca de 1.200 pessoas e mais de 200 reféns foram levados para Gaza.
Ao mesmo tempo, o número de mortos palestinos devido aos implacáveis ataques israelenses em Gaza atingiu até agora 14.532, de acordo com o gabinete de Comunicação Social gerido pelo Hamas em Gaza.
Com Agência Xinhua
Matéria atualizada às 18h para incluir dados da economia de Israel
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