Desemprego nos EUA teve leve queda em setembro

Número veio abaixo do consenso de mercado que esperava estabilidade no número

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Prédio do Federal Reserve (Foto: Liu Jie/Agência Xinhua)
Prédio do Federal Reserve, Fed (Foto: Liu Jie/Agência Xinhua)

O Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS em inglês) divulgou hoje que a taxa de desemprego nos EUA novamente caiu ligeiramente, atingindo 4,1% em setembro (de 4,2% em agosto e 4,3% em julho). O número veio abaixo do consenso de mercado que esperava estabilidade no número. Em setembro de 2023 a taxa de desemprego estava em 3,8%. Já os dados de contratações (payroll), após dois meses abaixo das expectativas, desta vez surpreendeu os analistas, com número bem acima das projeções. Em setembro foi registrada a criação de 254 mil novas vagas (o consenso estava em torno de 150 mil vagas). Os novos empregos foram puxados principalmente pela construção civil, serviços de saúde e alimentação fora do domicílio. Na maioria dos demais segmentos foi registrada estabilidade.

“Os números do relatório de emprego de setembro, com queda marginal no desemprego e fluxo de contratações líquidas muito acima do esperado, devem afastar de vez a hipótese de um enfraquecimento mais relevante no mercado de trabalho dos EUA. Vale lembrar no entanto que os números não refletem os potenciais impactos dos furacões que atingiram o sul do país e as recentes greves. De todo modo, os mercados reagiram positivamente à surpresa. Com relação à política monetária, os contratos de juros agora mostram que ampla maioria comprou as declarações do presidente Powell sugerindo que ocorrerão mais dois cortes de 0,25 ponto percentual até o final do ano. O cenário do pouso suave está cada vez mais consolidado”, antecipa Danilo Igliori economista-chefe da Nomad.

Para o economista José Alfaix, da Rio Bravo, “a divulgação da folha de pagamento não agrícola complementou os dados de mercado de trabalho que observamos ao longo da semana, com mais um resultado que supera as projeções por uma margem considerável. O setor privado teve acréscimo de 254k empregos, contra as expectativas do mercado de 150k. O setor de health care e assistência social representou quase 30% desse resultado, destaca-se ao mesmo tempo,o aumento de empregos no setor de lazer e hospitalidade, especialmente em acomodações e serviços de alimentação e bebidas. Observamos ainda, a taxa de contratação superar todas as estimativas, enquanto a desocupação cai mais uma vez, de 4,2 para 4,1%. O resultado forte, somado ao que analisamos do Jolts e da ADP, indicam um comportamento do mercado de trabalho avesso à tendência que acompanhamos nos últimos dois meses. Os três principais indicadores superaram as suas projeções por uma boa margem, ao passo que também observamos resiliência da atividade econômica do setor de serviços, e observamos os salários com crescimento interanual de 4%, apesar da trajetória de estabilização recente. O mercado, que já antecipava na curva implícita uma sequência de cortes mais agressiva, agora revê as suas expectativas, dado o fato de que o Fed deve reduzir a intensidade dos cortes enquanto observarem o emprego estável e próximo ao seu objetivo”.

Já para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, “os dados do Payroll surpreenderam boa parte do mercado ao destacar uma considerável resiliência do emprego nos EUA, com números muito acima das expectativas que o mercado tinha. O cenário já havia sido previamente sinalizado com a divulgação do ADP, mas os investidores esperavam o Payroll para validar as perspectivas futuras de condução da política monetária por lá. O movimento, que demonstra esse aquecimento do emprego, afasta um pouco a possibilidade de que o Fed siga sendo mais agressivo quanto à proporção de corte nos juros, o que acaba impactando de forma negativa os negócios, em um momento em que boa parte dos segmentos da economia carece de uma taxa de juros menor. Para a Bolsa, isso acaba não sendo positivo, já que a continuidade do patamar de juros elevado impacta diretamente a demanda global, afetando, como consequência, a lucratividade de boa parte das empresas (inclusive as listadas em Bolsa), e, em seguida, a atratividade de muitas ações”.

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