Desigualdade refletida nos Jogos Olímpicos

No quadro de medalhas ou nos quartos, Jogos Olímpicos Paris 2024 mantêm a marca da desigualdade

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Interior de um quarto da Vila dos Jogos Olímpicos Paris 2024
Quarto da Vila dos Jogos Olímpicos Paris 2024 (foto de Gao Jing, Xinhua)

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 carregam boa parte dos bônus e das mazelas mundiais. A desigualdade é uma delas, refletida não apenas no quadro de medalhas, mas na estrutura que beneficia os mais ricos.

Uma das maiores queixas dos atletas é com relação ao calor em Paris nesta época do ano. Os organizadores, na busca do marketing de “jogos sustentáveis”, decidiram não colocar ar-condicionado nos quartos dos atletas, optando por uma solução de resfriamento “verde”.

O resultado? Saunas não programadas que prejudicam o descanso dos competidores. Mas não de todos. Diante das queixas, os organizadores permitiram os comitês olímpicos pagarem “à parte” por aparelhos de ar-condicionado, reforçando a desigualdade nos Jogos Olímpicos entre os países mais ricos e aqueles com menos recursos.

Queixas também se multiplicam com a falta de proteínas, vulgo carne, no refeitório olímpico. Os comitês mais abonados contornam a falha da organização fornecendo refeições em restaurantes próprios, levando a desigualdade à mesa.

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No quadro de medalhas, a desigualdade já é tradição nos Jogos Olímpicos, com os países mais poderosos no topo, com raras exceções – ouro para corredores de longa distância quenianos, ou para de curta distância da Jamaica, ou ainda países como Cuba, em que o esporte se mistura à educação, à cidadania e ao marketing internacional da ilha.

Prefeita de Paris, Anne Hidalgo, nada no rio Sena antes dos Jogos Olímpicos, sob as lentes dos fotógrafos
Prefeita Anne Hidalgo nada no rio Sena antes dos Jogos Olímpicos Paris 2024 (Gao Jing, Xinhua)

Franceses prometeram e não entregaram

Wagner Victer, que foi presidente da Cedae, companhia de saneamento do Rio de Janeiro, lembra que nos Jogos Olímpicos Rio 2016, em função do investimento feito pela empresa, as provas aquáticas aconteceram sem problemas. Apesar das reclamações de alguns velejadores, típicas de colonizadores, a Baía de Guanabara atingiu os padrões exigidos pelo COI cerca de 2 anos antes dos Jogos. Também na Lagoa Rodrigo de Freitas, as competições de remo ocorreram sem problemas.

No dito Primeiro Mundo, a insistência em fazer marketing verde levou Paris ao ridículo, com a poluição no rio Sena impedindo treino dos triatletas, que enfrentam a ameaça de virarem biatletas, se a prova de natação tiver de ser cancelada.

“Somos muitas vezes críticos a nossas ações, mas fizemos muita coisa importante na Rio 2016 que não é percebida, até porque se essa situação [na França] estivesse acontecendo aqui se transformaria em um caos na mídia”, destaca Victer. A desigualdade transborda dos Jogos Olímpicos.

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Rápidas

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