A taxa de desocupação do país no primeiro trimestre de 2025 chegou a 7%. Comparada ao quarto trimestre de 2024, essa taxa cresceu em 12 das 27 unidades da Federação e ficou estável nas outras 15. Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%) mostraram as maiores taxas, enquanto as menores foram de Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%). É o que mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada hoje pelo IBGE.
Para William Kratochwill, analista da pesquisa, “o mercado de trabalho brasileiro, mesmo com esse aumento, mostrou que está resiliente. Esse aumento no primeiro trimestre é sazonal, devido ao fim dos contratos temporários para o fim de ano. O aumento de 0,8 ponto percentual foi menor que a média dos aumentos (1,1 p.p.) para esse trimestre, o que garantiu que essa taxa de desocupação fosse a menor para um primeiro trimestre na série histórica”.
No primeiro trimestre de 2025, o número de desocupados das quatro faixas de tempo de procura por trabalho analisadas pela Pnad contínua recuou frente ao mesmo trimestre de 2024. Além disso, o número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais caiu para 1,4 milhão, o menor número de desocupados nesta faixa, para um primeiro trimestre, desde 2015. Embora tenha caído 25,6% frente ao primeiro trimestre de 2024, esse contingente ainda está 8,1% acima do mínimo da série (1,3 milhão), atingido em 2014.
Segundo William, “o contingente de pessoas que estavam procurando uma ocupação por mais de um ano atingiu o menor valor para um primeiro trimestre. Com essa evolução, 21,5% dos desocupados estavam nesta situação por menos de um mês. Assim, pela primeira vez, para um primeiro trimestre, há mais desocupados por menos de um mês que por mais de dois anos, reforçando a hipótese de força do mercado de trabalho.”
No primeiro trimestre de 2025, enquanto a taxa de desocupação da população em idade de trabalhar chegou a 7%, esse indicador foi de 5,7% para os homens e 8,7% para as mulheres. Por cor ou raça, essa taxa ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,6%) e acima para os pretos (8,4%) e pardos (8%).
A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (11,4%) superou as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,9%).
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 38% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) e as menores, com Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).
Para o analista do IBGE, “a taxa de informalidade reflete a maturidade econômica de cada estado, com aqueles mais industrializados e mais complexos, os quais geram postos de trabalho formais”.
A taxa de informalidade da população ocupada é calculada considerando-se os empregados no setor privado e os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, além dos empregadores e trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.
No primeiro trimestre de 2025, entre os empregados do setor privado do país, 74,6% tinham carteira de trabalho assinada. As UFs com os maiores percentuais de empregados com carteira assinada entre os trabalhadores do setor privado foram Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%), e os menores, Maranhão (51,8%), Piauí (52%) e Pará (55,1%).
Já o percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria chegou a 25,3%. Os maiores percentuais desse indicador foram de Rondônia (35,6%), Maranhão (32,7%) e Amazonas (31,2%), e os menores, do Distrito Federal (19%), Tocantins (20,6%) e Mato Grosso do Sul (21,2%).
O rendimento médio real de todos os trabalhos habitualmente recebido foi estimado em R$ 3.410. Houve alta em ambas as comparações: frente ao trimestre imediatamente anterior (R$ 3.371) e ante o mesmo trimestre de 2024 (R$ 3.279).
Tanto na comparação trimestral e quanto na anual, o Nordeste (R$ 2.383) e o Sul (R$ 3.840) mostraram altas estatisticamente significativa dos rendimentos no primeiro trimestre de 2025, enquanto houve estabilidade nas demais regiões.
Já a massa de rendimento real habitual (R$ 345 bilhões) manteve estabilidade no trimestre e cresceu 6,6% (mais R$ 21,2 bilhões) no ano. O Sudeste apresentou a maior massa de rendimento real (R$ 174,9 bilhões) e o Norte, a menor (R$ 21,1 bilhões).
Agência de Notícias IBGE
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