Dia da Amazônia

5 de dezembro, Dia da Amazônia: biodiversidade perdida e os gases tóxicos emitidos afetam a todos, de Norte a Sul.

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Floresta Amazônica
Floresta Amazônica (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O Dia da Amazônia, em 5 de setembro, mereceria uma grande celebração, uma vez que o bioma Amazônico representa uma de nossas maiores fontes de vida e bem-estar. Afinal, os rios voadores da Amazônia são fundamentais para a manutenção do regime de chuvas no Brasil, irrigando as lavouras do país que nos fornecem os alimentos e geram riquezas, além da floresta representar um futuro mercado de crédito de carbono, sem mencionar os benefícios de emprego e renda que são e ainda serão gerados pelo aproveitamento sustentável da biodiversidade.

Em 2023, houve certa redução do desmatamento da Amazônia, notícia que parece revelar que já estamos dando conta dos inúmeros benefícios gerados pela floresta em pé, mas, apesar dos esforços, inclusive para o seu reflorestamento, ainda não colocamos freio na sua destruição.

Cerca de 125 milhões de hectares de vegetação nativa do bioma já foram destruídos até 2021. Apesar de inúmeros e urgentes projetos de reflorestamento que servem para evitar o risco da floresta chegar, em 2050, ao ponto de “não retorno”, além de ser medida constante do compromisso do Brasil firmado no Acordo de Paris de 2015 onde se estabeleceu que 12 milhões de hectares de vegetação nativa seriam recuperados até 2030, ainda continuamos a perder a floresta também por força de aproveitamento inadequado, inclusive queimadas indevidas e incêndios criminosos.

Além, a seca hoje vivenciada no bioma da Amazônia coloca em perigo toda a biodiversidade e os esforços de reflorestamento. As comunidades isoladas da Amazônia já estão sem água e 62 municípios estão em situação e emergência. Os incêndios florestais se propagam e os rios voadores transformam-se em fumaça poluindo o ar também em outras regiões, comprometendo a vida, a fauna e a flora de todo o país.

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Conviver com os impactos das mudanças climáticas e da seca não exige sacrifícios apenas das comunidades tradicionais, ribeirinhos e demais pessoas que vivem e retiram seu sustento diretamente da área afetada. Os peixes mortos dos rios da Amazônia submetidos às vazantes, o gado morto nas pastagens queimadas, a biodiversidade perdida e os gases tóxicos emitidos afetam a todos, de Norte a Sul.

Se não invertermos a lógica do desmatamento e nos conscientizarmos acerca da importância do bioma Amazônico, do Pantanal e do Cerrado e de outros biomas que sofrem com destruição maciça, destruiremos a vida sem sequer aproveitarmos os benefícios ambientais inclusive de emprego e renda que podem ser gerados.

Aguardamos, ainda sob secas e incêndios florestais, a COP30 em Belém do Pará, no próximo ano, enquanto neste ano já temos mais 300 mil pessoas afetadas pela estiagem, número que pode chegar a 1 milhão, com diversos estados já havendo declarado emergência, inclusive, o Tocantins. Esperemos que em breve possamos amainar a fumaça gerada pelo fogo e mostrar aos demais países na COP30 não apenas o reflorestamento e aproveitamento sustentável da Floresta Amazônica e dos demais biomas, mas, também, o devido enfrentamento às mudanças climáticas, reduzindo os focos de incêndio que transformam o verde em cinzas.

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