Dia das Crianças deve movimentar R$ 9,35 bi em 2024

CNC projeta alta de 2,6% em relação a igual período do ano passado; data pode alavancar parte das 450 mil contratações temporárias que devem ocorrer no trimestre

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Loja de brinquedos (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Loja de brinquedos (Foto: Fernando Frazão/ABr)

De acordo com estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas voltadas para o próximo Dia das Crianças deverá registrar uma movimentação financeira de R$ 9,35 bilhões. Caso essa projeção seja confirmada, o varejo apresentará um crescimento de 2,6% em relação a 2023. O Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais importante do calendário de vendas do varejo nacional, ficando atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.

“Essa é uma data que continua sendo chave para o comércio. As boas condições do mercado de trabalho e a melhoria no rendimento das famílias são os fatores que nos permitem projetar um crescimento de vendas neste ano”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Segundo ele, o setor varejista tem encontrado mais estabilidade, e isso se reflete diretamente nas expectativas de movimentação neste ano.

A perspectiva positiva para o Dia das Crianças de 2024 está alicerçada em condições de consumo mais favoráveis, impulsionadas pelo aquecimento do mercado de trabalho. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) indicou que a taxa de desemprego, encerrada em agosto de 2024, ficou em 6,8% – o menor patamar em mais de uma década. Além disso, a massa real de rendimentos registrou um avanço de 8,3% nos últimos 12 meses, impactada pela política de valorização do salário mínimo.

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O segmento de vestuário e calçados será o principal destaque das vendas em 2024, respondendo por 27% do volume projetado, o que corresponde a R$ 2,5 bilhões. Na sequência, o setor de eletroeletrônicos e brinquedos representa 25% das vendas, com movimentação estimada de R$ 2,3 bilhões. Perfumarias e farmácias, por sua vez, têm previsão de faturamento de R$ 2,1 bilhões, com o maior crescimento percentual em relação ao ano passado, previsto em 6%.

De acordo com a CNC, o preço médio da cesta de produtos relacionados ao Dia das Crianças deve ter uma variação de 2,8% em 2024, uma desaceleração em relação ao aumento de 6,7% registrado em 2023. A alta nos preços será impulsionada por itens como livros (aumento de 9,7%), chocolates (acréscimo de 7,2%) e sapatos infantis (elevação de 6,5%). Por outro lado, itens como bicicletas (queda de 4,3%), ingressos para cinema e teatro (retração de 3,9%) e brinquedos (redução de 2,8%) deverão ficar mais baratos em relação ao ano passado.

“A inflação mais baixa traz um alívio importante para os consumidores que vão às compras neste Dia das Crianças. Embora alguns produtos tenham aumentado de preço, como livros e chocolates, outros bens relevantes para a data estão com preços menores, o que facilita o planejamento do orçamento das famílias”, explica Fabio Bentes, economista da CNC e responsável pelo estudo.

Regionalmente, São Paulo lidera com uma projeção de vendas de R$ 2,678 bilhões, seguido por Minas Gerais (R$ 916 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 752 milhões). Essas três unidades da federação devem representar 57% do total movimentado em 2024. O maior crescimento percentual em relação a 2022, contudo, está previsto para o Paraná, com uma alta de 7,4%.

Também de acordo com a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Assertem) a previsão é de 450 mil contratos de trabalho temporário nos meses de outubro, novembro e dezembro em todo Brasil.

Para o presidente da Assertem, Alexandre Leite Lopes, a projeção das contratações temporárias para o quarto trimestre de 2024 é cautelosa.

“Estamos prevendo uma situação de estabilidade ou, até mesmo, uma pequena retração em relação ao mesmo período do ano anterior, quando tivemos aproximadamente 452 mil contratos de trabalho temporário”, afirma.

“O cenário geral também foi influenciado pela alta da Selic, que encarece o crédito e diminui consideravelmente a compra de bens duráveis, impactando a Indústria e, consequentemente, a contratação de trabalhadores temporários”, explica.

Dos cerca de 450 mil contratos de trabalho temporário esperados para os últimos meses do ano, o presidente da Assertem destaca uma área para as contratações: o e-commerce e o setor de logística que está envolvido nessa atividade. “Nesse cenário de incertezas, se tem uma área que promete crescer é o comércio eletrônico, estimulado principalmente pela sazonalidade com o Dia das Crianças, Black Friday e Natal”, afirma.

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