Os mercados europeus fecharam sem direção única, com os investidores atentos à aversão ao risco na Turquia – devido à troca do diretor do BC do país após ele ter elevado a taxa de juros em 2 pontos percentuais, a 19% – e aos temores de uma terceira onda de Covid-19. Londres e Milão tiveram altas de 0,26% e Frankfurt subiu 0,25%. Paris teve queda de 0,49%. Na Península Ibérica, houve perdas em Madri e Lisboa de 1,76% e 0,20%, respectivamente.
No Brasil, o Ibovespa teve queda de 1,07%, em 114.979 pontos. A queda se deve aos riscos internos, relacionados ao avanço da Covid-19, e externos, devido à fuga de capitais de países emergentes por conta da crise turca e à queda nos preços internacionais do minério de ferro, com Pequim anunciando maior rigor ambiental. No entanto, a perda foi amenizada após os dados da arrecadação, surpreendendo as expectativas dos agentes, apesar de ser menor em relação a janeiro.
Em Wall Street, os mercados fecharam em alta, com os investidores saindo de mercados emergentes e indo para mercados mais seguros, apostando principalmente nas ações de tecnologia, que contribuíram para a alta de 1,23% da Nasdaq. O Dow Jones ganhou 0,32% e o S&P 500 subiu a 0,70%.
Os mercados na Ásia fecharam em queda devido às represálias dos Estados Unidos e da União Europeia à China, por conta da violação do país asiático contra os direitos humanos. Além disso, há perspectiva de que o gigante asiático retire os estímulos da economia, pois Pequim acredita que a economia já tenha se recuperado dos impactos da crise. Tóquio teve queda de 0,61%. Seul perdeu 1,01%. Hong Kong e Taiwan perderam 1,34% e 0,07%, respectivamente. Na China continental, Xangai teve desvalorização de 0,93% e Shenzhen recuou 1,13%.
Para hoje, na Europa, há cautela devido ao avanço da Covid-19 na Europa. Nos Estados Unidos, os futuros operam mistos em dia de depoimento de Jerome Powell e Janet Yellen.
No Brasil, o mini índice abre em queda de mais de 1% e o futuro do dólar abre em alta. Os DI’s abriram em forte alta, com DI1F27 (DI com vencimento para janeiro de 2027) superando 1% de alta, acima de 8,2%.
O índice de confiança do consumidor, divulgado pela FGV, indica queda de 9,8 pontos e o IPC-S acelera 1,03%.
Na ata da última reunião do Copom, o BC destaca o agravamento da pandemia, a retirada do estímulo por conta da inflação e a importância das reformas e do comprometimento fiscal para a economia do país.
O Tesouro ofertará NTN-Bs para 2026, 2030 e 2055 e o BC fará oferta e3 até 16 mil contratos de swap para rolagem a partir das 11h30.
Na Europa, os principais números foram referentes ao mercado de trabalho britânico de janeiro e fevereiro. O Rendimento Semanal Médio sem bônus e com bônus tiveram alta de 4,2% e 4,8%, respectivamente, ambos subindo 0,1 p.p em janeiro. A taxa de desemprego foi de 5% e a variação no desemprego de janeiro (três meses contra três meses) revê queda de 147 mil. No entanto, considerando o mês de fevereiro, houve aumento de 86,6 mil desempregados.
Nos EUA, serão divulgados os números de transações correntes do quatro trimestre do ano de 2020. A expectativa é de -US$ 189,9 bilhões ante -US$ 178,5 bilhões, evidenciando maior demanda por produtos importados dos EUA. Após a venda de casas usadas ter despencado 6,6%, as vendas de novas casas têm expectativa de retração de 6,5%, ante alta de 4,3% em janeiro. Powell e outros membros do Fomc farão depoimentos em relação à política monetária do país. Por fim, em relação ao estoque de petróleo, a API divulgará a quantidade de barris de petróleo produzidos pelo setor privado.
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Matheus Jaconeli
Economista da Nova Futura Investimentos
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