Dia de destaque para produção industrial e payroll

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Bolsa (Foto: divulgação)
Bolsa (Foto: divulgação)

As principais Bolsas globais tiveram mais um dia de alta. Os agentes ignoraram os acontecimentos no Capitólio, levando em conta a possibilidade de aumento nos estímulos para a economia americana.

Os mercados europeus tiveram mais um dia de ganhos. O episódio no Capitólio não teve relevância nos mercados, mas a confirmação da “onda azul” nos EUA teve, com os Democratas assumindo a Câmara, o Senado e a Casa Branca. Assim, são esperados fortes estímulos à economia americana, o que pode ajudar o crescimento econômico americano e global.

Londres teve avanço de 0,22%. Frankfurt ganhou 0,55%. Paris subiu em 0,70%. Milão ficou próxima da estabilidade, em 0,05%. Madri avançou 0,43%.

A vitória democrata também contribuiu para o avanço no mercado de petróleo. Os cortes recentes na produção da commodity energética e a espera pelos auxílios americanos continuaram a repercutir nos preços. O WTI teve alta de 0,40%, cotado em US$ 50,83. O Brent ganhou 0,15%, com elevação de US$ 54,38.

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Em Nova Iorque, os índices fecharam em alta. As expectativas em relação aos estímulos à economia do país, a uma agenda voltada a energias renováveis e a outras questões ESG também contribuíram para o avanço de companhias de tecnologia. O Dow Jones teve elevação de 0,69%. O S&P 500 ganhou 1,48%. E a Nasdaq perdeu 2,56%.

Em São Paulo, apesar dos riscos internos relacionados ao cenário fiscal e dos ruídos políticos em torno do calendário da vacinação, a rotação para mercados emergentes contribuiu positivamente para a valorização da Bolsa brasileira. Além disso, a comprovação do nível de eficácia da vacina produzida pela Sinovac e pelo Instituto Butantan também trouxe otimismo adicional.

O Ibovespa teve alta de 2,76%, a 122.385,92 pontos. O dólar, tal como a taxa de juros de longo prazo, foi o vetor dos riscos, subindo a 1,82%, cotado à R$ 5,40.

Os mercados asiáticos continuaram digerindo as expectativas em relação à política nos EUA, principalmente no que diz respeito à possibilidade de estímulos. No ambiente corporativo, as negociações entre Apple e Hyundai também contribuíram para o avanço de companhias do setor. O Kospi, da Coreia do Sul, fechou com alta de 3,97%. Tóquio ganhou 2,36% e Hong Kong teve avanço de 1,20%. Na China continental, houve queda de 0,62% para o Xangai composto. Shenzhen perdeu 0,17%.

Na Europa, hoje, a agência Destats publicou os números das contas externas na Alemanha. As perspectivas para novembro eram de 0,7% para a produção industrial e de leve queda na balança comercial, saindo de 18,2 bilhões para 18,0 bilhões de euros. Os dados divulgados foram acima do esperado, com avanço de 0,9% para a produção industrial. E a balança comercial acumulou 16,4 bilhões de euros, abaixo das expectativas, devido ao aumento das importações ter sido maior que o das exportações.

No Reino Unido, seguindo a lógica de aumento no número de casos da Covid-19, o mercado esperava queda na aceleração nos preços dos imóveis, saindo de 1,2% e indo para 0,5%. O número divulgado foi de 0,2%, abaixo das expectativas.

A agência Eurostat também publicou a primeira prévia de inflação e o indicador ficou aquém das expectativas, se mantendo em 0,2% ao ano, com queda de 0,3% ao mês.

Por fim, as vendas no varejo tinham expectativa de queda em novembro, saindo de 4,3% para 0,8% ao ano e saindo de elevação de 1,5% para queda de 3,4%. Os números divulgados pela agência europeia foram de -6,1% ao mês e -2,9% ao ano.

Para a Zona do Euro, a agência Eurostat divulgou a taxa de desemprego de novembro, chegando a 8,3%, contra a expectativa de 8,5%, ficou próxima do esperado, com leve redução.

No Brasil, um importante número de inflação, divulgado pela FGV, é o IGP-DI. O indicador de preços, que é utilizado para correção de muitos contratos, registrou diminuição da aceleração para o mês de dezembro, saindo de 2,64% para 0,76%, fortemente influenciado pela queda nos preços de produtos agrícolas. As projeções seguem os números do IGP-M e dos demais indicadores de inflação, que mostram desaceleração do indicador.

Já a produção industrial é um dos importantes indicadores relacionados à atividade econômica do país. Houve avanço no mês de novembro, saindo de 1,2% ao mês e, ao ano, 2,8%. Apesar de ficar aquém das expectativas, o indicador mostra avanço bem próximo do esperado para o fim do último trimestre do ano.

Nos EUA, o Bureau of Labor Statistics divulgará os números relacionados ao mercado de trabalho. Começando pelos salários, o esperado é que o indicador continue em 4,4% ao mês e que o ganho médio por hora trabalhada tenha avanço de 0,2%.

Já o payroll, um dos indicadores mais esperados pelo mercado, tem expectativa de queda. O mercado projeta elevação de 71 mil empregos, saindo de 245 mil. A expectativa tem a ver com os números evidenciados pela ADP System e com a demanda por seguro-desemprego. A queda na criação de emprego também é evidenciada no payroll de manufatura e apenas para o setor privado.

A taxa de desemprego tem perspectiva de leve alta, saindo de 6,7% para 6,8%. Todavia, o número não absorve todas os desempregados, pois existem pessoas que ainda não estão buscando emprego.

Por fim, a companhia Baker Hughes disponibilizará a quantidade de sondas que estavam em operação durante a semana, mostrando como estava a produção de petróleo em solo americano.

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Matheus Jaconeli

Economista

Nova Futura Investimentos

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