Dia pode ser mais tranquilo

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Fachada da Bovespa (Foto: Hugo Arce/Fotos Públicas/reprodução ABr)
Fachada da Bovespa (Foto: Hugo Arce/Fotos Públicas/reprodução ABr)

Ontem foi dia de a Bovespa pesar – e só não foi pior em função da performance das ações da Petrobras, que seguiram alta do óleo no mercado internacional. Chegamos a perder o patamar importante de 115 mil pontos do Ibovespa, para fechar com queda de 0,96%, e índice em 115.062 pontos. O dólar fechou com queda e cotado a R$ 5,24, mas durante a sessão vazou R$ 5,27. Os mercados americanos encerraram o dia com boas altas e Europa também.

Hoje, mercados da Ásia terminaram o dia com quedas e destaque para Xangai com -1,34%. Europa com altas neste início de manhã e tentando manter recuperação consistente. Futuros do mercado americano com pequenas perdas. Aqui, seguimos na toada de não perder o patamar de 115 mil pontos do Ibovespa e os 112 mil (zonas de suporte gráfico), bom mesmo só quando voltar a passar a zona de 118 mil pontos e tentar buscar 121 mil.

Investidores da Ásia preocupados com a incorporadora Evergrande, que não vai pagar parcelas de empréstimos e temor com o aumento da regulação na China. Aqui, há preocupação com o quadro fiscal e medidas populistas eleitoreiras. E, permeando tudo isso, a variante Delta da Covid-19 e desaceleração global.

Na Zona do Euro, o superávit da balança comercial de julho foi de 13,4 bilhões de euros, fruto de exportações maiores em 1,0% e importações crescendo 0,3%. O petróleo mostra ligeira fraqueza na sessão de hoje, depois de quatro sessões seguidas de recuperação. No mercado internacional, o petróleo WTI, negociado em Nova Iorque, mostrava queda de 0,17%, com o barril cotado a US$ 72,49. O euro era transacionado em queda para US$ 1,176 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,30%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícolas com viés de alta na Bolsa de Chicago.

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Aqui, o ministro Paulo Guedes, em entrevista na Jovem Pan, falou bastante sobre a inflação estar no pior momento, os ruídos políticos que não deixam o dólar cair, fundamentos fiscais sólidos, economia em 2022 em aberto e a necessária ajuda do STF em relação a definir precatórios e orçamento. Aliás, o vice da Câmara, Marcelo Ramos, tem encontro hoje com Bruno Funchal, secretário especial, para apresentar PEC que retira precatórios do teto. Funchal tem se manifestado contra essa postura.

A FGV divulgou o IGP-10 de setembro com deflação de 0,37% (anterior em +1,18%), menor que a mediana das projeções e acumulando inflação no ano de 16,44% e em 12 meses de 26,84%. Energia, passagens aéreas, alimentos e gasolina ainda pressionam o indicador. Já o IPC-S da segunda quadrissemana de setembro mostrou aceleração para 1,10%, indo de 0,91%.

Nos EUA, ainda teremos o anúncio das vendas no varejo de agosto, os pedidos de auxílio-desemprego da semana anterior e o índice de atividade de Filadélfia de setembro; que podem mexer com os mercados na sessão de hoje.

Expectativa para o dia de Bovespa tentando se manter acima dos 115 mil pontos, mesmo com exterior perdendo um pouco de tração, dólar mais forte (pelo exterior) e juros que podem ficar em queda pelos indicadores de inflação.

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Alvaro Bandeira

Economista-chefe do Banco Digital Modalmais

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