Diante de alta da Covid-19, OMS apela à Europa para aumentar controle

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Impor controles mais rígidos para frear a disseminação da Covid-19 pode salvar centenas de milhares de vidas em toda a Europa antes de fevereiro, agora que o continente enfrenta aumento exponencial de infecções, disse hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em um apelo aos governos para "mostrarem serviço" rapidamente, a fim de conter uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, disse que a situação atual é, "mais do que nunca, uma época pandêmica para a região".

As infecções novas estão chegando a 100 mil por dia na região, que acaba de registrar a maior incidência semanal de casos de Covid-19 desde o início da pandemia: quase 700 relatados.

"A disparada do outono e do inverno continua a se desenrolar na Europa, com aumentos exponenciais de casos diários e aumentos percentuais equivalentes de mortes diárias", disse Kluge em entrevista coletiva virtual.

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"É hora de mostrar serviço. A mensagem aos governos é: não se limitem a ações relativamente pequenas para evitar as ações dolorosas e prejudiciais que vimos na primeira rodada (de março e abril)."

Globalmente, há registros de mais de 38 milhões de pessoas infectadas com a Covid-19, e 1,1 milhão morreram.

Kluge citou projeções do que descreveu como "modelos epidemiológicos confiáveis" e disse que eles "não são otimistas" para a região europeia.

Mas adotar medidas de contenção simples e rápidas agora – como obrigar o uso generalizado de máscaras e controlar as aglomerações em espaços públicos ou particulares – pode salvar até 281 mil vidas até fevereiro nos 53 países que compõem a região europeia da OMS, acrescentou.

Um quadro contínuo de doenças após a infecção pela Covid-19, chamado de "Covid prolongada" pode não ser apenas uma síndrome, mas possivelmente até quatro, causando uma montanha russa de sintomas que podem afetar todas as partes do corpo e da mente, afirmaram médicos ontem. Em um relatório inicial sobre a Covid-19 de longa duração, o britânico Instituto Nacional para Pesquisa em Saúde (NIHR, na sigla em inglês) afirmou que um tema comum entre pacientes – alguns com sete meses ou mais com a doença – é que os sintomas aparecem em uma área fisiológica, como o coração ou os pulmões, para então diminuir e vir à tona novamente em outra área.

"Essa revisão destaca o impacto prejudicial físico e psicológico que a Covid contínua está impondo às vidas de muitas pessoas", disse Elaine Maxwell, que liderou o estudo.

Milhares de pessoas em todo o mundo se conectaram por redes sociais e fóruns virtuais para compartilhar suas experiências de sintomas contínuos da Covid-19.

De acordo com o grupo britânico de pacientes LongCovidSOS, dados de um aplicativo rastreador de sintomas desenvolvido pelo King's College de Londres, mostra que 10% dos pacientes de Covid-19 continuam doentes por até três semanas, e cerca de 5% podem continuar doente por meses.

Maxwell, que apresentou as conclusões do documento "Vivendo com a Covid" em pronunciamento online à imprensa, disse que os serviços de saúde estão tendo dificuldades para "administrar esses padrões novos e flutuantes de sintomas e problemas." Ela e seus coautores pediram que pacientes e médicos anotem e acompanhem os sintomas para que pesquisadores de saúde possam aprender mais sobre a condição e sobre como atenuá-la o mais rápido possível.

 

Com informações da Agência Brasil, citando a Reuters

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