Diário matinal

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Emplacamentos de veículos mantiveram trajetória decrescente em fevereiro
Os emplacamentos de veículos, exceto máquinas agrícolas, somaram 273.587 unidades em fevereiro, conforme divulgado ontem pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
O resultado é equivalente a uma queda de 0,7% na margem, excetuada a sazonalidade, marcando a terceira contração consecutiva nessa base de comparação. O novo declínio refletiu a redução dos emplacamentos de veículos pesados, visto que caminhões e ônibus apresentaram variações negativas de 2,3% e 41,5%, respectivamente. Já os automóveis e os comerciais leves cresceram 1,8% e 6,4%, nessa ordem. Em relação ao mesmo período do ano passado, o emplacamento total, descontadas as máquinas agrícolas, caiu 16,6%. Os dados reforçam, assim, nossa expectativa de continuidade do enfraquecimento do setor automotivo nos próximos meses, em função da necessidade de ajuste dos
estoques.
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ATIVIDADE


CNI: maioria dos indicadores industriais registrou nova queda em janeiro
A maioria dos indicadores industriais apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) registrou nova queda em janeiro, segundo os dados divulgados ontem. Descontada a sazonalidade, o nível de emprego caiu 0,8% na margem no período, enquanto o rendimento médio real recuou 0,9%, fazendo com que a massa salarial real contraísse 2,0%. No mesmo sentido, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) oscilou de 77,0% para 75,9% entre dezembro e janeiro, também excetuados os efeitos sazonais. Por outro lado, o faturamento real e o número de horas trabalhadas avançaram 1,0% e 2,9%, nessa ordem. Na comparação interanual, todos os índices registraram retração, com destaque para o declínio de 13,9% do faturamento real. Os dados reforçam, assim, nossa expectativa de contração de 0,5% da produção industrial no primeiro mês do ano, informação que será divulgada na sexta-feira.
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SETOR EXTERNO


MDIC: balança comercial manteve desempenho positivo em fevereiro
O saldo da balança comercial encerrou fevereiro com superávit de US$ 3,0 bilhões, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Para tanto, as exportações somaram US$ 13,348 bilhões, superando as importações, que alcançaram
US$ 10,305 bilhões. O resultado dos embarques foi 4,6% superior ao observado em fevereiro de 2015, quando consideradas as médias diárias. Por categoria de produto, o maior crescimento se deu nos semimanufaturados, que avançaram 14,0% no período, puxados pela alta de 121,6% das vendas de açúcar e de 32,4% de celulose. Já as importações recuaram 34,6% em relação ao mesmo período do ano passado. As quedas mais intensas se deram em combustíveis e lubrificantes (-54,6%), bens de capital (-33,3%) e intermediários (-32,5%). O resultado, assim, sugere continuidade do ajuste das contas externas em 2016, para as quais projetamos superávit comercial de US$ 45 bilhões. O movimento seguirá majoritariamente impulsionado pelo fraco desempenho das importações.
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INTERNACIONAL


Índice PMI global sugere estabilidade da atividade industrial pelo quarto mês consecutivo em fevereiro
O indicador de atividade da indústria global (PMI-Global), calculado pelo Depec-Bradesco, com uma amostra de 24 países mais a Área do Euro, recuou de 50,1 para 49,9 pontos entre janeiro e fevereiro. A persistência do indicador ao redor do nível neutro de 50 pontos sugere nova estabilidade da atividade industrial, pelo quarto mês seguido. Esse resultado reflete o fraco desempenho da indústria nas economias emergentes e a modesta expansão nos países desenvolvidos. Em fevereiro, o indicador dos emergentes caiu 0,3 ponto (atingindo a marca de 49,4 pontos), sugerindo ligeira contração da atividade industrial desse grupo de países. Esse movimento
em grande parte se deve à piora nos indicadores da Rússia, da China, da Turquia e do Brasil. Por outro lado, ainda que o indicador dos países desenvolvidos tenha recuado 0,2 ponto em fevereiro, se mantém acima de 50 pontos (50,3). A desaceleração do crescimento da atividade industrial nos países desenvolvidos foi puxada pelas quedas dos indicadores da Área do Euro, do Reino Unido e do Japão, mais do que compensando a recuperação do indicador dos EUA (ISM da indústria). De modo geral, o resultado do índice PMI-Global da indústria de transformação de fevereiro reforça nossa expectativa de crescimento moderado do PIB mundial neste trimestre.
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TENDÊNCIAS DE MERCADO


As Bolsas asiáticas encerraram o pregão de hoje novamente com ganhos, refletindo os dados positivos dos EUA divulgados ontem à tarde. No mesmo sentido, os mercados europeus operam em alta nesta manhã, a despeito da queda do índice de preços ao produtor da Área do Euro em janeiro. Os índices futuros norte-americanos também registram elevação neste momento, diante de uma agenda carregada de indicadores.
O dólar mantém-se fortalecido ante as principais moedas, com exceção do won sul-coreano. Entre as commodities, o petróleo reverte a alta observada na véspera, reagindo ao aumento dos estoques norte-americanos na última semana, conforme reportado ontem pelo American Petroleum Institute. Em contrapartida, as principais agrícolas, exceto o trigo, e as metálicas industriais acompanham o movimento de alta das bolsas internacionais. No Brasil, o mercado aguarda o anúncio da decisão de política monetária do BC, devendo seguir a melhora do exterior
ao longo do dia.
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Octavio de Barros – Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos – Bradesco

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