Diesel: novo reajuste pode afetar preço do frete

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Caminhão-tanque abastece posto de combustível (Foto: Marcello Casal Jr./ ABr)
Caminhão-tanque abastece posto de combustível (Foto: Marcello Casal Jr./ ABr)

A alta do diesel registrada nesta semana afeta diversos setores, principalmente os de transportes de cargas, já que muitos fabricantes despacham produtos por caminhões. Nos últimos 12 meses, o valor do litro do diesel aumentou em torno de 50%. Com isso, o preço médio do combustível passou de R$ 4,51 para R$ 4,91, gerando a necessidade de reajuste adicional de 3,10% no frete das transportadoras.

O custo de frete é o valor combinado entre o embarcador e a transportadora e auxilia a cobrir os gastos de movimentação da carga da origem ao destino. Esse preço total é formado com base em diversas variáveis, negociadas antes de o contrato ser aprovado. Para que o fluxo operacional da empresa funcione, é comum utilizar a tabela de frete, que regula os valores mínimos a serem pagos por esses transportes.

“Essa alta no preço do diesel eleva o custo de frete e prejudica os preços de produtos. “É uma questão de sobrevivência. Ou nós, empresários do transporte, repassamos isso para nosso custo de frete, ou fechamos as portas. O diesel representava na operação de transporte uma média de 33% a 35% dos custos. Com o aumento de 24,9% que tivemos no dia 11 de março, o diesel passou a representar 50%. Com essa alta de quase 9%, somos obrigados a repassar”, relata o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp), José Alberto Panzan.

Em nota, a Petrobras alegou que o aumento do diesel “segue outros fornecedores de combustíveis no Brasil, e que já promoveram ajustes nos seus preços de venda acompanhando os preços de mercado”. Segundo a empresa, o último acréscimo no preço do diesel, em 11 de março, refletiu apenas uma parte da alta observada nos preços de mercado. Além do novo reajuste do diesel, diversas mercadorias também são afetadas devido à alta dos custos de frete, o que atinge diretamente os consumidores.

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“Os alimentos em supermercados, confecções, autopeças e medicamentos impactam diretamente o bolso dos consumidores, diminuindo ainda mais o poder de compra do trabalhador”, finaliza Panzan.

Já o preço médio da gasolina, na primeira quinzena de maio, subiu 1% em comparação com abril, fechando em R$ 7,599. As informações constam em levantamento exclusivo feito pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas. O valor médio da gasolina é o mais caro desde o início do levantamento, em janeiro de 2019.

Obtidos por meio do registro das transações realizadas entre os dias 1º e 14 de maio com o cartão de abastecimento da ValeCard em mais de 25 mil estabelecimentos credenciados, os dados mostram que os estados brasileiros que registraram as maiores quedas foram Rio Grande do Norte (-1,14%), Pernambuco (-1,05%) e Tocantins (-0,21%). Entre os estados que registraram as maiores altas estão Bahia (5,41%), Amapá (2,57%) e Ceará (2,53%).

Entre as capitais, o valor médio do combustível foi de R$ 7,57, o que representa um aumento de 1% em relação ao mês anterior. Teresina (R$ 8,239), Rio de Janeiro (R$ 7,838) e Aracajú (R$ 7,836) foram as capitais com preços mais altos na primeira quinzena de maio. Já os menores valores médios foram encontrados em Porto Alegre (R$ 6,848), Macapá (R$ 6,999) e Cuiabá (R$ 7,006).

O preço médio do etanol na primeira quinzena de maio foi de R$ 5,37. O aumento da gasolina no país não foi suficiente para melhorar a situação do biocombustível, já que ele também sofreu uma alta de 2,77% em relação ao mês anterior. Por isso, o etanol passou a ser mais vantajoso apenas no Estado de Goiás, pelo segundo mês seguido, onde a média mensal ficou em R$ 5,31, enquanto a gasolina atingiu R$ 7,66. A gasolina ainda segue sendo mais atrativa para se abastecer o veículo do que o álcool na maior parte dos casos. O método utilizado nesta análise, descontando fatores como autonomias individuais de cada veículo, é de que, para compensar completar o tanque com etanol, o valor do litro deve ser inferior a 70% do preço da gasolina.

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