Dilma critica ato de força e defende a Constituição

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A presidente Dilma Rousseff manifestou, em nota e pronunciamento, seu inconformismo com a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depoimento na Polícia Federal, em São Paulo. Mais cedo ela telefonara para Lula e disse estar solidária.
“Manifesto meu integral inconformismo com o fato de um ex-presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos perante as autoridades com-petentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento”, diz a nota.
Para Dilma, “é necessário que as investigações prossigam, para a final punição de quem deve ser punido. Mas, no ambiente republicano e democrático, o protagonismo da Constituição, sob orienta-ção Supremo Tribunal Federal, constitui importante salvaguarda”.
“Vazamentos ilegais, prejulgamentos antes do exercício do contraditório e da ampla defesa, não contribuem para a busca da verdade, mas apenas servem para animar a intolerância e retóricas anti-democráticas”, ressaltou a presidente.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro do Supremo Marco Aurélio de Mello criticou de forma veemente a decisão do juiz Sergio Moro: “Só se conduz coercitivamente, ou como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão que resiste e não comparece para depor. E Lula não foi intimado.” Disse também que “isso implica retrocesso, não avanço”. E concluiu: “Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos justiceiros.”
O ex-ministro José Gregori, que ocupou a pasta da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos no governo de Fernando Henrique Cardoso, se somou às críticas. À BBC, classificou a condução coercitiva contra o ex-presidente Lula como um exagero, destacando desconhecer, “na nossa legislação, a figura da condução coercitiva sem que tenha havido antes a convocação”.
Também integrante do governo tucano, o jurista Walter Maierovitch igualmente se manifestou contra o mandado de Moro: “Essa vergonha está acontecendo no país é uma coisa que precisa ser apurada, mas me preocupa quando tem um desvio de legalidade.”
Mais cedo, com a deflagração da 24ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal conduzira, de forma classificada pelo PT como espetáculo de pirotecnia, o ex-presidente, que estava em casa, em São Bernardo do Campo, a uma unidade da polícia no Aeroporto de Congonhas para tomar o depoimento.
A PF informou que a Operação Aletheia, nome dado a essa etapa da Lava Jato, envolveu cerca de 200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal, que cumpriram 44 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para a delegacia a fim de prestar depoimento e depois é liberada.SITE 1dilma

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