A base monetária alcançou R$ 381,7 bilhões em junho, um aumento de 3,7% no mês e de 38,3% em 12 meses. No mês, o papel-moeda emitido cresceu 6,3%, enquanto as reservas bancárias reduziram-se 11,9%. Segundo o Banco Central, durante a pandemia, entre março e julho, houve aumento de R$ 61 bilhões no entesouramento de moeda, ou seja, notas que deixaram de circular porque a população deixou o dinheiro em casa.
O dinheiro em circulação (DC) alcançou R$ 342 bilhões. A projeção para o ano era de R$ 301 bilhões. Em 2019, o DC ficou em R$ 281 bilhões. O papel-moeda em poder do público (dinheiro emitido pelo BC menos o encaixe dos bancos) passou de R$ 216 bilhões em março para R$ 277 bilhões até 17 de julho.
Os dados foram divulgados durante o anúncio de lançamento da nota de R$ 200, que começará a circular no final de agosto. A criação foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A cédula – que ainda não tem imagem disponível – terá como personagem o lobo-guará.
O BC informou que deve imprimir 450 milhões de notas de R$ 200 até o fim de 2020, o que significa que entrarão em circulação R$ 90 bilhões.
A diretora de administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, disse que o lançamento da nova nota é uma forma de a instituição agir preventivamente para a possibilidade de aumento da demanda da população por papel-moeda.
De acordo com a diretora, não há falta de numerário no mercado, mas o BC entende que o momento é oportuno para o lançamento da nova cédula diante da possibilidade de aumento na demanda. “Estamos vivendo neste momento um período de entesouramento, efeito derivado da pandemia. O Banco Central nesse momento não consegue precisar por quanto tempo os efeitos do entesouramento devem perdurar”, disse a diretora.
Entre as possíveis causas para o entesouramento, o BC listou: saques para formação de reservas; diminuição do volume de compras no comércio em geral; e valores pagos em espécie aos beneficiários dos auxílios que não retornaram com a velocidade esperada.
