Diplomas, certificações e o valor das habilidades no novo mundo do trabalho

Entenda como o diploma já não é mais a única chave para o sucesso profissional e como competências ganham destaque Por Gustavo Sèngès

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Diplomas (Foto de Vitaly Gariev na Unsplash)

Durante décadas, o diploma universitário foi visto como a principal porta de entrada para o sucesso profissional. Ele representava status, conhecimento e garantia de empregabilidade. No entanto, esse modelo vem sendo cada vez mais questionado em um mercado que valoriza resultados, capacidade de aprendizado contínuo e atualização constante.

A transformação é visível em áreas como tecnologia, produto, design e marketing digital — e se intensifica no universo dos global workers, profissionais que trabalham de forma remota para empresas estrangeiras. Plataformas globais de recrutamento e líderes como Ryan Roslansky, CEO do LinkedIn, e o psicólogo organizacional Adam Grant têm reforçado essa mudança: o mercado está se tornando cada vez mais movido por competências, não por credenciais.

Essa nova lógica não desvaloriza o conhecimento acadêmico, mas desafia a ideia de que ele precisa seguir um único formato. Hoje, o aprendizado é contínuo, modular e acessível: um curso de data analytics, uma certificação em UX ou uma especialização em gestão de projetos podem ter impacto imediato na empregabilidade. Em muitos casos, ter um inglês funcional e saber aplicá-lo no dia a dia é mais decisivo do que acumular certificados. Principalmente quando isso se soma a habilidades comportamentais, como escuta ativa, colaboração e mentalidade global.

Como alguém que cursou duas graduações, especialização e mestrado, e atuou por quase uma década como professor e coordenador acadêmico antes de migrar para o mercado corporativo global, sei o quanto a educação formal transforma vidas. Mas também acredito que é hora de repensar a relação entre formação e trabalho, abrindo espaço para modelos mais flexíveis, práticos e conectados às demandas do que chamo de “novo mundo do trabalho”.

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Num cenário em que as carreiras se tornam mais fluidas e o conhecimento se renova em ritmo acelerado, o diploma deixa de ser o ponto de chegada e passa a ser mais uma peça dentro da complexa engrenagem que move a construção da carreira. O futuro do trabalho pertence a quem transforma aprendizado em ação e diplomas em impacto real.


Gustavo Sèngès, mentor em carreiras globais, country manager na HireRight, além de ser autor do livro “Global Workers: escolha seu melhor futuro”

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