O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio (Japão), Yoshiro Mori, admitiu, pela primeira vez, que os eventos podem não acontecer devido à pandemia de Covid-19, mesmo após o adiamento para 2021. Em entrevista ao diário japonês "Nikkan Sports", ele avaliou que se a doença não estiver controlada em nível global até o ano que vem, a competição será "descartada".
"Nesse caso, a Olimpíada será descartada. Adiamos os Jogos para o ano que vem depois de termos vencido a batalha contra o coronavírus. A Olimpíada será muito mais valiosa do que qualquer outra do passado se conseguirmos prosseguir depois de vencer essa batalha. Temos de acreditar. Caso contrário, nosso trabalho duro e esforço não serão recompensados", disse Mori.
Um novo adiamento dos Jogos, se necessário for, já havia sido rechaçado pelo dirigente na última quinta-feira. "Não há chance. Pensando nos atletas e nas questões relacionadas à gestão dos eventos, é tecnicamente difícil adiá-los em dois anos", declarou o presidente do Comitê ao jornal japonês "Kyodo News".
O adiamento da Olimpíada e da Paraolimpíada para 2021 tem um custo extra estimado, atualmente, em 300 bilhões de ienes (R$ 14 bilhões). Tanto que, segundo Mori, o Comitê estuda unificar as cerimônias de abertura e encerramento dos dois eventos.
"A ideia é realizar uma cerimônia no começo da Olimpíada e outra no final da Paraolimpíada. Isso vai economizar muito dinheiro e enviar uma mensagem de superação da crise global", explicou o dirigente, também ao "Nikkan Sports".
O Japão registrou mais de 13,6 mil casos de coronavírus, com 385 mortes, sendo Tóquio o epicentro da pandemia. O governo local decretou estado de emergência no país.
Caso não surjam alterações, a Olimpíada está marcada para 23 de julho a 8 de agosto de 2021. Já a Paraolimpíada será entre 24 de agosto e 5 de setembro.
Agência Brasil, com informações da TV Brasil