Diversidade e inclusão nos mercados financeiro e de capitais

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O mercado financeiro recebeu nesta quinta-feira a notícia de que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) inaugura em agosto a Rede Anbima, plataforma para fomentar a diversidade e inclusão nos mercados financeiros e de capitais por meio de iniciativas que eduquem, instrumentalizem e estimulem as instituições a trabalharem o tema.

A Anbima representa 295 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento.

O Relatório Tendências de Gestão de Pessoas 2022 feito pela consultoria global GPTW (Great Place to Work), divulgado em junho, mostrou que com a pandemia a diversidade e inclusão passou para o segundo plano nas empresas, depois de saúde mental. A pesquisa foi realizada com 2.654 pessoas, das áreas de recursos humanos e tendo cargos de liderança. O relatório aponta que embora a maioria tenha respondido que diversidade e inclusão são pautas estratégicas pouco mais de 12% afirmam que a empresa tem maturidade no tema.

Para Gilberto Costa, coordenador do Grupo de Trabalho de Diversidade e Inclusão da Anbima, “a Rede Anbima é resposta a uma demanda do próprio mercado, que vem dando mais importância ao tema e viu na associação a oportunidade de um trabalho conjunto com potencial de acelerar a transformação do setor”,

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Uma das metas da Rede é conectar as quase 300 instituições associadas à Anbima, promovendo debates e a troca de experiências relacionadas aos temas sociais. “Esse não é um tema novo e muitas empresas já mudaram paradigmas, testaram iniciativas, avançaram muito e podem compartilhar suas experiências com quem ainda não teve essa oportunidade,” explica Costa. “Os grandes conglomerados, por exemplo, estão mais adiantados nessa pauta e têm muito a compartilhar com os bancos de atacado, plataformas de investimento e gestoras de recursos.”

Estruturação

A rede foi estruturada com base na pesquisa Diversidade e Inclusão nos Mercados Financeiros e de Capitais, realizada pela Anbima em 2021 para entender o que seus associados pensam sobre o tema, como atuam e como o mercado tem evoluído em práticas de diversidade e inclusão. O levantamento mostrou que 52% dessas empresas têm políticas para tratar do assunto, mas nem todas elas têm uma atuação estruturada e regular: apenas 24% definiram metas e 35% têm indicadores e dashboards para acompanhar os avanços, dois fatores essenciais para obtenção de bons resultados.

A experiência do mercado tem sido de começar a trabalhar com diversidade e inclusão de forma mais espontânea e só depois esse esforço é formalizado em políticas e trabalhado de forma mais estruturada,” comenta Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Educação e Certificação da Anbima. “A Rede tem o desafio de oferecer insumos para que as instituições possam avançar em suas estratégias e estruturá-las de forma a obter melhores resultados”.

 Para isso, a agenda de atividades é desenhada com foco na institucionalização do tema nas empresas, no aumento da representatividade e no estímulo à adoção da cultura inclusiva. A proposta é que na ponta final aconteça a inclusão de mulheres, da população negra, das pessoas com deficiência, da comunidade LGBTQIA+ e das multigerações no mercado.

É um grande desafio, mas a pesquisa mostrou que as instituições consideram temas como diversidade e inclusão importantes e esperam avançar na pauta nos próximos anos”, explica Billi. De acordo com levantamento da Anbima, apenas 16% das empresas associadas consideram ter uma atuação estruturada e regular. As demais disseram ter compromisso firmado, atuação pontual ou estão pelo menos interessadas em começar a trilhar suas jornadas de diversidade e inclusão. Nenhuma delas disse não ter interesse no assunto.

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