A Dívida Pública Federal (DPF) subiu, em termos nominais, 2,59%, ao passar de R$ 4,412 trilhões para R$ 4,527 trilhões de agosto para setembro. Para amenizar a necessidade de recursos em caixa para cobrir os gastos extras com a pandemia de Covid-19, que continuou a pressionar a dívida pública em setembro, o Tesouro Nacional foi obrigado a emitir títulos acima da média histórica.
A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que é a parte em títulos no mercado interno, subiu 1,35% em setembro, passando de R$ 4,118 trilhões para R$ 4,174 trilhões. A alta deve-se, segundo o Tesouro, à emissão líquida de R$ 80,55 bilhões na DPMFi, a segunda maior emissão líquida de títulos da história.
Além disso, houve a apropriação positiva de juros (quando os juros da dívida são incorporados ao total mês a mês), no valor de R$ 26,2 bilhões, graças ao nível atual da taxa básica de juros (Selic), que deverá ser mantida em 2% ao ano na reunião desta quarta-feira do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Tal situação leva o governo a não se preocupar com encurtamento do prazo da DPF, conforme deixou claro nesta terça-feira, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital. Segundo ele, apesar de a pandemia do coronavírus ter feito o governo emitir mais títulos públicos de prazo curto, a alta concentração de vencimentos de papéis em 2021 estava prevista desde 2015.