Dois pesos

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Verborragia e ironia à parte, as declarações do ex-governador e secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, trazem à tona pelo menos uma verdade: se o que ocorreu com o filho de Lula tivesse acontecido no Rio, os “jornalões” – inclusive fluminenses – já estariam pedindo intervenção federal no estado.

Abnegação
Apesar de os recursos para financiamento da pesquisa no Brasil encolherem a cada ano, o número de pesquisadores aumenta anualmente, bem como o número de trabalhos publicados em revistas indexadas também. Para tentar explicar essa contradição, o bioquímico Leopoldo de Meis, realizou, junto com um grupo de colaboradores, pesquisa com 118 professores, doutorandos e mestrandos do programa de pós-graduação em bioquímica do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UFRJ, na qual trabalha. A elevada motivação e o desejo de publicar trabalhos para assegurarem sua excelência como pesquisadores são os principais impulsionadores da produção acadêmica.

Sob chicote
A pesquisa constatou que 90% dos trabalhos brasileiros indexados de 1997 a 2001 foram produzidos em instituições públicas, sobretudo universidades (80% do total), e em sua maioria tendo como autores estudantes de pós-graduação. Apesar dessa produção, as dificuldades para obter recursos, mesmos nos grupos com elevada produção, estão longe das facilidades sempre à disposição da banca. De acordo com dados de um comitê de avaliação do CNPq, de 437 auxílios solicitados; o comitê identificou 267 como merecedores de recursos, mas só havia dinheiro para 20.

À beira de um ataque
Como o prestígio da publicação na qual o pesquisador divulga seu trabalho é uma das principais senhas para se mover nesse funil, é grande a disputa para emplacar um artigo nesses periódicos. Para ter direito a nota 7 (a mais elevada) da Capes, os grupos de excelência precisam publicar nas revistas de maior impacto (5% do total de publicações). Diante desse quadro, a pesquisa identificou a presença da síndrome burnout, entre os integrantes do grupo. “Essa síndrome é encontrada em todas as atividades que exigem um grande envolvimento do indivíduo com o trabalho. É uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional e se caracteriza por exaustão emocional, autodepreciação, depressão, insensibilidade com relação a quase tudo e todos,  comportamento agressivo e irritadiço e tendência ao uso excessivo de drogas (álcool e outras)”, diagnosticou Meis, acrescentando que 21% das pessoas pesquisadas precisaram pelo menos uma vez de atendimento psiquiátrico ou terapia psicológica. Desses, mais da metade teve evolução que exigiu acompanhamento.
Sua conclusão é que o crescimento da ciência brasileira se dá graças a “um enorme desgaste emocional das pessoas envolvidas e que não têm o menor poder de pressão, pois são minoria, ilhas com dificuldade de comunicação dentro das próprias universidades em que atuam e dentro da comunidade universitária em geral”.

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Idosos
Cobrar juros mais altos dos idosos é prática abusiva, contrária à Constituição Federal e às leis do País. Quem garante é o advogado Gilberto Fraga, do escritório Fraga, Bekierman e Pacheco Neto – Advogados. “O Código de Defesa do Consumidor, art. 39, IV, considera prática abusiva do fornecedor de produtos ou serviços prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade para empurrar-lhes seus produtos ou serviços”. O idoso que precisa recorrer a créditos bancários ou provenientes de financeiras tem de pagar, em média, 30% a mais de juros do que o normal, denuncia o advogado. Para comprar um carro a prazo o idoso não tem o direito de parcelar em muitas vezes, como acontece com uma pessoa de 30 anos.

Informação
O professor Nilson Lage, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina, toma posse, na próxima terça-feira, como diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) do Ministério da Ciência e Tecnologia. A cerimônia contará com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral.

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