O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, na manhã desta quinta-feira, medidas fiscais do Governo Federal. O pacote junta aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês com redução no percentual de aumento real do salário mínimo.
A reação do mercado financeiro veio com mais pressão no câmbio. Desde quarta-feira (27), quando foi incluído no pacote o aumento da isenção de IR, o mercado financeiro passou a especular com o valor da moeda norte-americana. Nesta quinta-feira, a cotação do dólar comercial passou de R$ 6. Às 18h40, estava cotada a R$ 6,0219.
A ausência de intervenção do Banco Central provocou críticas. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, publicou no X/Twitter: “BC de Campos Neto não fez nada para conter a especulação desencadeada desde ontem que já levou o dólar a R$ 6. A Fazenda já esclareceu que a isenção de IR até R$ 5 mil será vinculada à nova alíquota para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, sem prejuízo para a arrecadação. Era obrigação da ‘autoridade monetária’ intervir no mercado contra a especulação desde seu previsível início, com leilões de swap, exigência de depósitos à vista e outros instrumentos que existem para isso. É um crime contra o país.”
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) relatou que os títulos públicos de longo prazo caíram após governo anunciar o pacote fiscal. Papéis indexados à inflação com prazo superior a cinco anos foram os mais impactados.
O IMA, Índice de Mercado Anbima, referência para os investimentos em renda fixa, começou a cair nesta quarta-feira (27) e seguiu em movimento de queda nesta quinta. O IMA-B 5+, que espelha os títulos indexados ao IPCA (Índices de Preços ao Consumidor Amplo) com vencimento superior a cinco anos, recuou 1,08% no fechamento de quarta e mais 0,68% nesta quinta. A queda acumulada nos papéis com prazo até cinco anos, acompanhados pelo IMA-B 5, foi um pouco menos acentuada: 0,18% e 0,1%, respectivamente.
Os prefixados com prazo acima de um ano, refletidos no IRF-M 1+, recuaram 0,79% quarta e mais 0,6% na manhã desta quinta. A carteira de prazo mais curto (IRF-M 1) se manteve praticamente estável, com pequeno recuo de 0,03% no período.