Dólar não foi o porto seguro na guerra

Ouro e ativos reais assumem papel do dólar como proteção em caso de crises como a guerra entre Israel e Irã

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Nota de dólar, 100 dólares
Foto tirada em 23 de março de 2020 mostra uma nota de dólar americano em Washington DC, Estados Unidos. (Xinhua/Liu Jie)

O ataque de Israel ao Irã não provocou uma corrida ao dólar, como alguns poderiam esperar. O desempenho pode ter sido, em parte, provocado pela política econômica de Donald Trump; em parte, pelo descrédito da moeda norte-americana, especialmente depois das sanções à Rússia, que elevaram a busca pela desdolarização. Fato é que o dólar não se valorizou como costuma acontecer em momentos de guerra.

“Quem assumiu o papel de proteção foi o ouro. Isso é um sinal importante de que os investidores estão começando a duvidar da força dos Estados Unidos como líder global, acredito que principalmente pelas últimas posturas de Trump. E quando o dólar deixa de ser visto como um porto seguro, o impacto é direto porque muda o fluxo de investimentos e aumenta a busca por alternativas”, analisou Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, em análise divulgada semana passada, ainda com a crise no seu – até aqui – auge.

O valor do ouro deu um pico no dia 12, véspera dos ataques israelenses, pulando de perto de US$ 3.320 por onça para quase US$ 3.440. Nos dias seguintes, a cotação foi caindo, até a faixa de US$ 3.380, voltando aos US$ 3.320 após o cessar-fogo. Nos últimos 30 dias, o ouro teve valorização de 0,52%, mas em 6 meses a alta foi de 25,97%, e de 44,39% em 12 meses.

“Esse enfraquecimento relativo do dólar como ativo de segurança é um sinal relevante: o mundo financeiro está começando a reprecificar riscos não apenas pela geopolítica, mas também pela credibilidade das grandes potências. Isso pode abrir espaço para a valorização de outros ativos, como ouro, franco-suíço, petróleo ou até moedas emergentes em determinados ciclos”, comentou Sidney Lima, estrategista da Ouro Preto Investimentos, também em comunicado divulgado semana passada.

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A perda de força do dólar como ativo de refúgio reforça a atratividade de ativos reais, como os imóveis. “Esse ambiente faz com que muitas famílias antecipem decisões de aquisição, aproveitando as condições atuais de crédito e o planejamento facilitado que o consórcio proporciona”, explicou Pedro Ros, CEO da Referência Capital.

Criptogolpes

Os golpes com criptomoedas custaram aos consumidores estadunidenses US$ 471,9 milhões no 1º trimestre de 2025, valor que é 20% maior do que os 5 métodos de pagamento seguintes combinados, de acordo com dados da Comissão Federal de Comércio dos EUA, relata a Cryptopresales. Aplicativos de pagamento, 2º em fraudes, somaram US$ 118 milhões em perdas.

No 1º trimestre de 2024, as perdas relatadas em fraudes com criptomoedas alcançaram US$ 336 milhões, 40% a menos do que no mesmo período de 2025. Golpes com criptomoedas custaram aos consumidores estadunidenses mais de US$ 5,6 bilhões desde 2020.

Rápidas

O curta brasileiro We, Brothers, da diretora e roteirista Renata Jones, que recria a Chicago dos anos 40, terá estreia exclusiva 30 de junho no Kinoplex São Luiz, no Largo do Machado (RJ) *** A 11ª edição do Festival de Inverno do Cadeg começa nesta sexta e vai até 27 de julho, com palestras e oficinas de renomados chefs e comemorações juninas *** O 1º Prêmio MBora de Música abre espaço para artistas das periferias e novos talentos em início de carreira. Inscrições abertas até 20 de julho *** O grupo Allma, do empresário Christiano Londres (ex-sócio do Outback), que atua no mercado de comidas saudáveis, ganhou o 1º lugar na categoria alimento na Natural Tech 2025, maior feira de alimentos saudáveis da América Latina.

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