Dia divido para as Bolsas, com China e EUA destoando do tom negativo global, com as Bolsas sentindo a possibilidade de novas altas de juros pelo Fomc, em meio a promessas do governo chinês de esforços para entregar a meta de crescimento. A ata do Fomc e um leilão fraco de JGBs pressionam os juros, com a taxa de 10 anos americana testando os 4,30%, nas máximas de outubro de 2022. Dólar opera sem direção única e commodities têm sessão mista, com salto de 5% no minério de ferro. Por aqui, agenda vazia, com destaque para entrevista de Campos Neto, enquanto os investidores digerem as novidades sob a reforma ministerial. O tom mais positivo em Nova Iorque e o viés de baixa no dólar devem levar a uma abertura mais amena para o Ibovespa e para o câmbio. Nos juros, apesar do IGP-10, a alta dos juros externos pode levar a uma abertura altista para as taxas.
Na Ásia, as Bolsas fecharam mistas, com os índices chineses positivos, após a promessa do governo de esforços para entregar a meta de crescimento. Na Austrália, foram destruídos 14,6 mil empregos (ante expectativa de 15,0 mil) em julho, com a taxa de desemprego subindo para 3,7% (ante expectativa de 3,5%). Na China, a Fitch alertou que pode cortar o rating soberano devido à piora das condições econômicas. O premiê Li Qiang afirmou que o país vai trabalhar para atingir a meta de crescimento em 2023 No Japão, encomendas à indústria decepcionaram (ante expectativa de 3,6%), crescendo 2,7% (-5,8% a/a) em junho. Déficit comercial de US$ 0,5 bi (ante expectativa de US$ 0,2 bi) em junho, com exportações de US$ 59,6 bi (-0,3% a/a contra expectativa de -0,8%) e importações de US$ 60,1 bi (-13,5% a/a ante -14,7%, o que era esperado). Hoje, CPI do Japão (julho) às 20h30.
Na Europa, Bolsas operam com viés negativo, sentindo o tom mais duro da ata do Fomc de ontem. Na Noruega, o Norges Bank elevou os juros em 0,25% (ante expectativa de 0,25%), de 3,75% para 4%. Na Zona do Euro, produção industrial acima do consenso (ante expectativa de 0%), crescendo 0,5% (-1,2% a/a) em junho, máxima em 4 meses. PIB em linha, crescendo 0,3% (0,6% a/a) no segundo trimestre, acumulando expansão de 1,5% em 12 meses. Na agenda, balança comercial da Zona do Euro (junho) às 6h.
Nos EUA, futuros operam com viés positivo, recuperando parte das perdas de ontem, na contramão do mercado de juros. Foram iniciadas as construções de 1,45 mi (ante expectativa de 1,45 mi) novos imóveis em julho, alta de 3,9% (5,8% a/a) em julho. Produção industrial acima do consenso (ante expectativa de 0,3%), com alta de 1,0% (-0,3% a/a) em julho, com o Nuci avançando para 79,3% (ante expectativa de 79,1%). A ata do Fomc mostrou que a diretoria não espera mais uma recessão em 2023, apesar de projetar uma pequena alta na taxa de desemprego, com o Fed vendo a inflação desacelerando nos próximos anos, mas ainda acima da meta. Apesar de dois diretores votarem pela manutenção de juros na reunião, ante decisão efetiva de subir a taxa das Fed Funds em 0,25%, o comitê julgou que o balanço de riscos para atividade era baixista, enquanto na inflação, os riscos são altistas e que sua resiliência pode exigir altas de juros adicionais. Em nossa visão, a ata é consistente com a projeção de mais uma alta de 0,25% na decisão do Fomc de 1º de novembro. Hoje, índice Philly Fed (de agosto) e pedidos de seguro-desemprego (do último dia 11) às 9h30. Leilão de T-Bills (um mês) às 12h30. Applied Materials divulga resultado antes da abertura. Walmart, após fechamento.
No Brasil, o ambiente de aversão a risco global, em meio a temores com o cenário chinês, incertezas sobre o rating dos bancos americanos, além da possibilidade de o Fomc voltar a subir os juros, pesou no mercado local, mesmo com a alta de Petrobras, com o Ibovespa terminando em 115.591 pontos (-0,50%), 12ª queda seguida. A curva de DI futuro teve dia dividido, com a ponta curva aliviando após IPC-S abaixo das expectativas, enquanto os vértices de médio e longo prazo seguiram o exterior e a depreciação do câmbio. Em sessão volátil, a aversão a risco foi neutralizada pelos dados de fluxo cambial, mostrando entrada forte na conta financeira na semana passada, com o dólar fechando praticamente estável, em R$ 4,97 (-0,01%).
Segundo a sondagem da CNI, a produção da indústria avançou de 46,3 para 47,8 pontos (-4,0% a/a) em julho, com o Nuci estável em 69,0% (-2,0% a/a). Com cinco dos oito subgrupos em deflação, o IPC-S recuou de 0,14% para -0,07% (ante expectativa de 0,15%) na segunda prévia de agosto, acumulando 4,06% em 12 meses. Fluxo cambial positivo em R$ 4,1 bi semana passada, com entradas de R$ 1,1 bi no comercial e R$ 3,0 bi no financeiro. No ano, a entrada é de R$ 20,5 bi (R$ 14,0 bi até agosto do ano passado). Na agenda, IGP-10 (agosto) às 8h e leilão do TN (LTN e NTN-F) às 11h45. Campos Neto fala às 12h.
Ótima quinta-feira!
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Nicolas Borsoi
Economista-chefe da Nova Futura Investimentos
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