Dólar tem sessão baixista

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Dólar (Foto: divulgação)

Em semana de agenda econômica cheia, com inflação nos EUA e decisões de juros do Banco Central Europeu, do Banco do Japão (BoJ), do Fed e do PBoC (o BC chinês), o otimismo com o pouso suave da atividade econômica e sinais de cortes de juros na China levam a altas nas Bolsas. Precificando as chances de o Fed voltar a subir juros, taxas de juros sobem ao redor do globo, enquanto dólar tem sessão baixista, com moedas de exportadores de commodities liderando os ganhos, apesar da sessão negativa para minério de ferro e petróleo. Em dia vazio de agenda, a participação de Campos Neto em evento às 15h30 é o destaque do dia, após IPCA tranquilo na última semana, o que pode levar a um discurso mais suave do presidente do BC. Quanto à abertura, o Ibovespa deve abrir em alta e o dólar em queda, puxados pelo momentum positivo dos mercados globais. A curva de juros deve ser movida pelas revisões no Focus, mas, o recuo do petróleo abre espaço para continuidade do movimento de queda.

Na Ásia, em dia sem negociações em Sydney, Bolsas fecharam mistas, apesar do otimismo com cortes de juros na China pelo bom humor em Nova Iorque. Na China, após cortes nas taxas de depósitos dos bancos estatais na sexta, os bancos privados reduziram as taxas de depósitos, sinalizando que o PBoC deve reduzir os juros nesta semana. No Irã, o aiatolá Ali Khamenei disse não ver empecilhos para um acordo nuclear, desde que não envolva a infraestrutura do país. No Japão, o PPI caiu 0,7% em abril, acumulando 5,1% (ante expectativa de 5,5% a/a) em 12 meses.

Europa: apoiadas pelo momentum positivo em Nova Iorque, Bolsas sobem, com ações de varejo e consumo liderando as altas. Na Suíça, o UBS anunciou que terminou a aquisição do Credit Suisse, o que levará ao fim das negociações das ações da companhia. Jonathan Haskel (BoE) afirmou que novas altas de juros não podem ser descartadas, devido ao momentum positivo da inflação.

Nos EUA, apesar da cautela com a decisão do Fed, futuros continuam subindo, com ações de tecnologia liderando o movimento de alta. Na agenda, resultado fiscal (maio) às 15h. Leilões de T-Bills (três e seis meses) às 12h30 e de T-Notes (três e 10 anos) às 14h. Oracle divulga resultado após fechamento.

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No Brasil, em dia de agenda esvaziada, o bom humor em Nova Iorque, com os índices entrando em bull market, a alta das commodities e o otimismo com o início do ciclo de cortes na taxa Selic levaram à sessão positiva no mercado local, com o Ibovespa fechando em 117.019 pontos (1,33%). Na semana, o Ibovespa subiu 3,96%, 7ª seguida. Em sessão de menor liquidez, o momentum positivo nos ativos locais se somou ao ambiente de enfraquecimento global da moeda americana e à melhora nos termos de troca, com o dólar terminando em R$ 4,88 (-0,97%), mínima do ano. Na semana, o dólar caiu 1,54%. O otimismo com o início do ciclo de cortes na taxa Selic, a queda no câmbio e a inflação chinesa abaixo do esperado levaram à queda na curva de DI futuro, com o miolo da curva liderando o movimento, com queda média de 15 pontos. Na semana, a curva caiu entre 15 e 40 pontos.

Segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), o fluxo de veículos nas estradas avançou 1,3% (5,9% a/a) em maio, com destaque para veículos pesados, que subiram 1,9% (2,4% a/a). Na agenda, IPC-S (de 9 de junho) às 8h, relatório Focus (do mesmo dia) às 8h25 e balança comercial semanal (idem) às 15h. Ótima segunda-feira!

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Nicolas Borsoi

Economista-chefe da Nova Futura Investimentos

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