O capital estrangeiro participou de 650 das 1.181 fusões e aquisições de empresas nacionais durante o primeiro mandato do presidente FH. Além disso, as empresas controladas por multinacionais já detêm mais de 50% do faturamento líquido de todas as empresas instaladas no país. Em 1980, esse percentual era de 28%. Os dados são do senador tucano Pedro Piva. Primo do presidente da Fiesp, Horácio Piva, ele também é o suplente da cadeira deixada por FH no Senado. Eles foram relembrados pela economista Tânia Bacelar, da UFPE, em artigo no último número do Jornal dos Economistas.
Racionalizando as culpas
A incrível descoberta do presidente do Ipea, Roberto Martins, de que “o Brasil poderia ficar dez anos sem crescer e reduzir as desigualdades com políticas públicas adequadas”, não só transforma numa quimera o combate à miséria, como tenta dar sustentação técnica à nova República Velha do tucanato, a primeira a teorizar sobre o fim da capacidade do Brasil retomar o desenvolvimento.
Agilidade
A Câmara de Vereadores do Rio enviou moção coletiva ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Maurício Corrêa, pedindo a agilização do julgamento do mérito das ações de inconstitucionalidade da competência legal sobre a responsabilidade da concessão dos serviços de água e esgoto da cidade. Os vereadores querem que o STF decida com brevidade se a concessão cabe ao estado ou ao município. A iniciativa partiu do líder do PSDB na Câmara, vereador Otávio Leite, que foi pessoalmente a Brasília entregar o documento assinado por todos os parlamentares da Casa.
Prêmio
Os 6.200 franqueados de loterias da Caixa Econômica Federal classificaram de equivocadas as propostas que reduzem os prêmios das loterias federais e avaliam que isso pode provocar uma debandada dos apostadores. A posição foi tomada pelos representantes da Federação Nacional dos Agentes Lotéricos (Fenal), que se reuniram sexta-feira em Brasília com o presidente da Caixa Econômica Federal, Emílio Carazzai. No Congresso Nacional tramitam projetos que reduzem a parcela da loteria destinada aos ganhadores dos sorteios, distribuindo mais recursos para setores sociais. Atualmente, 32% do dinheiro arrecadado é destinado a prêmios. “Se tirarmos ainda mais um pedaço da premiação, o apostador vai fugir e todos perdem”, alerta Nilton Pinto de Castro, presidente da Fenal.
Fuga para a praia
Os milhares de agricultores que marcham sobre Brasília com seus tratores e caminhões neste fim de semana poderiam fornecer um barulhento material para novas elucubrações do presidente FH sobre as minorias silenciosas. Vossa Excelência, porém, infelizmente optou por tirar férias no Rio. Aparentemente, os assessores acharam que ele não resistiria ao choque de realidade.