Verão: todos os motivos para se beber vinhos brancos

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É verão! E, por enquanto, ainda ameno no Rio de Janeiro, mas não a ponto de dispensar bebidas e comidas mais refrescantes, frugais, muitas vezes não identificadas com o tipo de vinho mais difundido mundialmente como sendo o “vinho bom”, ou seja, o vinho tinto. Nessa época do ano, boa parte das lojas especializadas aproveitam para lançar promoções de renovação de estoque, porque as vendas de vinhos costumam cair radicalmente, contrariamente ao período de inverno, mais associado ao vinho. É hora de atrair o público consumidor para beber vinhos refrescantes. Por este motivo, quebrei a sequência de artigos sobre vinhos italianos para introduzir um artigo sobre brancos e o seguinte, que será sobre vinhos rosados. Em seguida, retomo a cobertura da Itália vitivinícola.

No Brasil, especialmente, com o reconhecimento da boa qualidade dos espumantes nacionais, as pessoas já têm nas borbulhas uma grata opção para o verão. Alguns tendem a encarar o espumante como uma bebida à parte, no entanto, ele é um tipo de vinho, cuja característica principal é ser efervescente, diferindo dos outros vinhos, tecnicamente denominados “vinhos tranquilos”.

Verão pede vinhos espumantes, brancos e rosados, basicamente porque são mais frescos, leves, versáteis, podendo acompanhar boa parte das situações cotidianas, principalmente no verão, isto é: praia, piscina, cachoeira, samba, carnaval, acompanhando saladas, comidinhas leves ou uma noite inteira. Meus alunos de vinhos sabem como eu sou defensora do vinho branco, por gosto pessoal e por enxergar neles muitas propriedades positivas. As pessoas ficam impressionadas quando apontamos a variedade de brancos existentes, pouco familiares ao consumidor, em função de preconceitos e de pouca disponibilidade no mercado, uma vez que é um vinho que vende menos. No grande varejo, predominam Chardonnay, Sauvignon Blanc e Vinhos Verdes.

Apesar da mais lógica associação entre o clima quente e vinhos frescos do ponto de vista do consumo, quando nos voltamos para o universo da produção, encontramos muitas vezes o contrário: lugares com estações muito quentes e secas (como as regiões vitivinícolas mais consagradas dos nossos vizinhos latino-americanos) contam com um DNA bem apropriado para a produção de vinhos tintos, enquanto que nas regiões mais frias – seja em função da latitude, da altitude ou da proximidade de massas de ar mais frias – predominam a produção de vinhos brancos. É como se produzíssemos o vinho mais apropriado para o consumo dos outros. Por exemplo, boa parte da produção vitivinícola da Europa Central e Norte (Norte da França, Alemanha, Suíça, Áustria) tem como tesouros produtivos os seus vinhos brancos, embora possam beber vinho tinto sem esforço em boa parte do ano.

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Mas para isso existe um mercado global no qual pode-se beber de tudo em qualquer época do ano. A minha sugestão é que experimentem outras uvas e novas regiões, como: o fresco e floral Torrontés argentino; os vinhos brancos da Rueda (Espanha), feitos da uva Verdejo; vinhos portugueses da uva Alvarinho e os seus parentes espanhóis, da Albariño; outras cepas portuguesas, como Arinto e Encruzado, duas pérolas regionais; Chenin Blanc da África do Sul e da França (esses mais caros); brancos do nordeste italiano (Friuli e Trentino/Alto Adige); Riesling alemão, ainda pouco disponível e caro, mas com algumas exceções; Gewurztraminer da Alsácia, uma pérola mais cara, mas rara; Viognier do Sul da França. Enfim, há muito mais e isso é só para sugerir uma diversificação. Citei algumas uvas em seus melhores habitats, mas isso não impede de conhecê-las em versões brasileiras e dos nossos países produtores vizinhos.

Preparei uma relação de vinhos disponíveis no mercado de uvas brancas que não sejam Chardonnay e Sauvignon Blanc e com preço acessível – até R$ 100,00 – como dica para começarem a explorar o universo de vinhos brancos. Boa parte deles são vendidos pela internet, e alguns apresentam os preços indicados só neste período de promoção.

 

Vinhos

País

Importador/Distribuidor

Preço

Cesare Pavese Roero Arneis

Itália

Enoeventos

R$ 80,00

Querbach Riesling Sur Lie Qba

Alemanha

Enoeventos

R$ 95,00

Masso Antico Fiano Di Salento

Itália

Enoeventos

R$ 80,00

Fraga Da Galhofa Bco Doc Douro

Portugal

Casa Rio Verde

R$ 86,50

Feudo Arancio Grillo Doc Sicilia 2018

Itália

Casa Rio Verde

R$ 77,90

Falernia Pedro Ximénez Reserva

Chile

Premium Wines

R$ 69,00

Sanz Classico Rueda

Espanha

Premium Wines

R$ 92,00

Passione Natura – Lupi Reali Trebbiano D Abruzzo

Itália

Zahil/Rex Bibendi

R$ 82,00

Cantolio – Cleonymus Fiano

Itália

Zahil/Rex Bibendi

R$ 82,00

Torcello Moscato

Brasil

Cave Nacional

R$ 69,00

Riesling Alma Única

Brasil

Cave Nacional

R$ 94,00

Blandine Le Blanc

França

Monvin

R$ 90,00

Familia Valdelana Viura

Espanha

Monvin

R$ 75,00

Dom. Crès Ricards Mars.-roussanne

França

Decanter

R$ 57,86

Verdejo Maques De Toledo

Espanha

Decanter

R$ 72,90

Aniello Blanco De Pinot Noir

Argentina

Worldwine

R$ 64,20

Bougrier Muscadet Sèvre & Maine

França

Worldwine

R$ 99,00

Beronia Verdejo Rueda

Espanha

Griffe Dos Vinhos Cadeg

R$ 75,90

Torrontés Colomé

Argentina

Griffe Dos Vinhos Cadeg

R$ 67,90

Para saber mais sobre grupos de estudos sobre vinhos e turmas abertas da Cafa Wine School no Brasil, visite o site miriamaguiar.com.br / Instagram: @miriamaguiar.vinhos

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