Economia cresceu 0,3% em janeiro, em comparação ao mês anterior

Segundo o Ibre, o consumo das famílias cresceu 2,6% no trimestre móvel encerrado no primeiro mês do ano

93
Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)
Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)

“O crescimento de 0,3% da economia em janeiro, em comparação a dezembro, é explicado pelo forte crescimento da agropecuária e a resiliência do setor de serviços, em que a única retração foi registrada no comércio.”

Os dados são do Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado hoje.

Segundo a pesquisa, a indústria, em contrapartida, retraiu no mês, com quedas observadas nos quatro tipos de indústria analisadas (extrativa, transformação, eletricidade e gestão de resíduos, e construção). Pela ótica da demanda, embora o consumo tenha voltado a crescer em janeiro, após três meses seguidos de queda, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) retraíram na comparação com dezembro.

Na análise interanual, observa-se evidente desaceleração da economia, embora os resultados sejam, de modo geral, positivos. Este retrato da economia reforça o que já vem sendo apontado em edições anteriores do Monitor do PIB-FGV que, embora a economia esteja com resultados positivos, há um processo disseminado de desaceleração.

Espaço Publicitáriocnseg

“A elevação da incerteza externa aliada a alta taxa de juros interna com tendência de aumento ao longo do ano, sinalizam dificuldades de crescimento dos setores mais relacionados ao ciclo econômico, como o industrial e o de investimentos. Em contrapartida, o resultado positivo na agropecuária pode indicar um alívio para a atividade econômica, caso o recorde esperado da safra agrícola para este ano se confirme”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

Apesar do crescimento, o consumo mostra desaceleração já iniciada no final do ano passado. Os menores crescimentos registrados nos bens de consumo duráveis, não duráveis e de serviços explicam essa desaceleração.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) segue apresentando forte crescimento, embora este esteja com tendência declinante desde o terceiro trimestre do ano passado. A desaceleração é disseminada, mas a construção destaca-se com redução de 0,8 p.p. de contribuição na taxa trimestral interanual finda em janeiro, em comparação a finda no terceiro trimestre de 2024.

A retração da exportação é influenciada pelo desempenho negativo dos produtos agropecuários e da extrativa mineral. Embora os demais tipos de exportação tenham apresentado crescimento no trimestre, as fortes reduções observadas nestas commodities determinaram a retração do total exportado, que não apresentava retração tão evidente desde o trimestre findo em junho de 2022 (-4,1%).

Após atingir crescimento de 19% no trimestre móvel findo em novembro, a importação tem desacelerado. Embora esse enfraquecimento não seja explicado exclusivamente pelo desempenho da importação de bens intermediários, este é o principal responsável por essa evolução. No trimestre móvel findo em novembro este tipo de importação contribuiu com 9,2 p.p. para o crescimento de 19%, enquanto no trimestre findo em janeiro, a contribuição foi de 4,3 p.p. para o crescimento de 12%.

Em termos monetários, estima-se que o PIB em janeiro de 2025, em valores correntes, tenha sido de R$ 1,052 trilhão.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui