Economia já vinha em desaceleração no primeiro bimestre

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Nesta sexta-feira, foram divulgados pelo IBGE os dados do PIB do primeiro trimestre. Os números apresentaram os primeiros efeitos da pandemia, com encolhimento de 1,5%, uma queda de 0,03% ao ano. O ministro Paulo Guedes admitiu que a economia poderia não estar decolando no início do ano, como sempre pregou, e que será necessário ver os dados mensais.

Análise anterior feita pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostrava que o quadro do primeiro bimestre, antes dos desdobramentos da Covid-19, era de desaceleração. A indústria começou 2020 em um nível de atividade inferior ao do ano passado. Frente ao primeiro bimestre de 2019, registrou queda de 0,6%.

No comércio varejista houve crescimento das vendas reais de 3% em relação aos dois primeiros meses do ano passado, em seu conceito restrito, e de 3,4%, ao serem incluídas as vendas de veículos, autopeças e de material de construção. “Devido à perda de ritmo destes dois segmentos, a alta do varejo ampliado apresentou desaceleração em comparação com a segunda metade do ano passado”, anota o Iedi.

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Os serviços também apontaram desaceleração, recuando de uma alta de 2,1% no último quarto de 2019 para 1,2% no primeiro bimestre de 2020, sempre em comparação com o mesmo período do ano passado.

Guto Ferreira, analista político-econômico da Solomon’s Brain, afirma que o PIB do primeiro trimestre ainda não reflete 100% os impactos da pandemia, “porque a gente ainda teve dois meses, janeiro e fevereiro, quando a economia brasileira funcionou praticamente normal, apenas ouvindo os alertas que estavam vindo de fora, mas sem começar a implantar as medidas de restrição, distanciamento e isolamento social”. A queda abrupta vai ser no segundo trimestre, antecipa Ferreira.

Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, afirma que, mesmo com a queda do consumo, o setor de agronegócios foi capaz de amortecer um pouco a queda. “O PIB veio até um pouquinho melhor do que o esperado, principalmente o anual.”

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