A ideia de bilinguismo evoluiu significativamente ao longo dos anos. Anteriormente, pensava-se em bilinguismo como a aprendizagem de outro idioma, considerando o domínio da língua como um fim em si mesmo. Hoje, a educação bilíngue transcende essa visão, objetivando a formação de cidadãos verdadeiramente bilíngues, o que implica em habilidades para compreender e comunicar-se em um idioma estrangeiro com a mesma profundidade de sua língua nativa.
A abordagem moderna da educação bilíngue expande o leque de conhecimentos culturais do estudante, permitindo-lhe transitar com facilidade entre diferentes culturas. Ela utiliza o idioma como ferramenta e não mais como o fim. Isto é, a educação bilíngue significa que o estudante terá que aprender os diferentes conhecimentos estudados e atender aos requisitos da educação básica em outro idioma.
Isso permite que a educação bilíngue seja muito mais ampla e que ajude no desenvolvimento de outras habilidades essenciais, as chamadas soft skills. Ao ter a língua estrangeira como meio, o aluno aprende a importância das nuances no idioma para desenvolver habilidades cruciais, como o pensamento crítico e a resolução de problemas sob uma ótica multicultural.
Ser bilíngue na atualidade vai além da capacidade de falar outro idioma; envolve uma comunicação eficaz e tudo o que entendemos por comunicação. A verdadeira educação bilíngue almeja uma visão globalizada do mundo, preparando os estudantes para os desafios do futuro, não apenas os do passado. É importante que pensemos o bilinguismo sob essa nova ótica e que trabalhemos para que os estudantes colham todos os benefícios dessa educação, que, novamente, vai muito além do aprendizado de outro idioma.
Henrick Oprea é diretor da SIS Brasília.