Egito proíbe exportação de cinco produtos básicos

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Navio carregado com contêineres (Foto: divulgação)
Navio carregado com contêineres (Foto: divulgação)

O Egito proibiu a exportação de cinco produtos básicos do país com o objetivo de controlar o aumento de preços e garantir o suprimento de alimentos no mês do ramadã (o mês do jejum diurno, que cai neste ano de 1º a 30 de abril). O Ministério da Indústria e Comércio do país emitiu a resolução 141 interrompendo a exportação de trigo, lentilhas, massas, favas e farinhas. A medida vale por três meses e entrou em vigor quinta-feira. A decisão foi tomada em um contexto de cooperação entre o governo e o setor privado. O chefe da Comissão de Abastecimento e Comércio Interno da Divisão Geral de Importadores da Federação das Câmaras de Comércio do Egito, Matti Bishai, disse que a crise russo-ucraniana resultou em um grande aumento no preço de alguns produtos que os consumidores egípcios não têm como bancar.

Em declaração à ANBA, Bishai disse que o preço de alguns produtos subiu de uma maneira exagerada, que não está no alcance do consumidor, motivo pelo qual o governo egípcio interveio para controlar esse aumento nos valores.

O executivo afirmou que todos os governos do mundo atualmente estão trabalhando para fornecer alimentação para os seus cidadãos e tentando controlar os índices da inflação. Por isso, a resolução de proibir a exportação de alguns dos produtos básicos já era esperada, já que a procura por esses produtos é alta durante o ramadã.

Bishai explicou que o motivo do aumento de preços nos produtos se deve à alta nos preços das matérias-primas globalmente, aos altos preços de frete e transporte e à existência de um desequilíbrio nas cadeias de suprimentos como resultado da crise russo-ucraniana. Ele acredita, no entanto, que os aumentos foram exagerados.

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Mostafa Madbouly, atual primeiro-ministro do Egito, teve reunião na quarta-feira com entidades empresariais para formar um comitê de gestão de crises. O comitê visa a enfrentar eventuais obstáculos nesta fase, além de acompanhar os mercados e manter total cooperação entre o governo e o setor privado. A medida deve ajudar na disponibilização de mercadorias a preços razoáveis neste período delicado.

O ministro da Agricultura e Recuperação de Terras, El-Sayed El-Qusair, disse que o Egito está trabalhando para disponibilizar novas terras agrícolas, ampliando assim o fornecimento de produtos básicos, especialmente o trigo. A produção anual de trigo do Egito deve chegar a 10 milhões de toneladas neste ano.

A Federação das Câmaras de Comércio do Egito declarou emergência extrema para monitorar e acompanhar os mercados, para conhecer por perto do volume dos produtos oferecidos, e a imediata intervenção com o Ministério de Abastecimento e Comércio Interno, caso descoberta falta de produtos estratégicas.

O embaixador Nader Saad, porta-voz do Conselho de Ministros, disse que a época da era dos preços forçados acabou, que o mundo vive em um mercado sujeito às forças da oferta e da demanda e, ao mesmo tempo, os mecanismos do livre mercado não significam em nada que o governo tenha perdido o controle sobre os mercados para diminuir o aumento dos preços que chegam aos cidadãos.

Saad revelou que existem mecanismos que o governo vai utilizar para controlar o ritmo dos mercados, sendo o principal deles o aumento da oferta no próximo período para reduzir o impacto dos preços, sublinhando que o governo vai apertar o controle para evitar o monopólio ou retenção mercadorias negociadas no mercado para aumentar seus preços de forma exagerada.

A Agência Central de Mobilização Pública e Estatística do Egito informou um aumento de 2% no índice geral dos preços ao consumidor no país em fevereiro em relação a janeiro. Ela atribuiu as altas principalmente ao maior preço de hortaliças, carnes, frango, frutas, cereais, pães, água mineral e gaseificada, sucos naturais, lácteos, queijos e ovos.

 

Com informações da Agência de Notícias Brasil-Árabe

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