Einstein deve manter fortes indicadores de crédito nos próximos anos

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Prédio da Fitch Ratings (Foto: reprodução)
Prédio da Fitch Ratings (Foto: reprodução)

A Fitch Ratings afirmou, nesta segunda-feira, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA (bra)’ da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira – Hospital Albert Einstein (Einstein). A perspectiva do rating é estável.

De acordo com o relatório da agência de classificação de risco de crédito, o rating do Einstein reflete o seu destacado posicionamento como instituição de excelência na fragmentada indústria hospitalar brasileira, além de seu sólido perfil financeiro, apoiado em fluxos de caixa operacional fortes e relativamente estáveis, liquidez robusta e reduzida alavancagem. “O perfil de crédito se beneficia, ainda, dos fortes fundamentos de demanda do setor a longo prazo, sustentados pelo desequilíbrio estrutural entre a oferta e a demanda de leitos no país e pelo envelhecimento da população”.

O relatório destacou que a perspectiva estável reflete a expectativa de que o Einstein manterá seus fortes indicadores de crédito nos próximos anos, mesmo em um cenário de maiores investimentos e maiores necessidades de capital de giro.

A rede assistencial própria é composta por dois hospitais, localizados nas cidades de São Paulo (SP) e Goiânia (GO), com 894 leitos totais ao final de junho de 2024, e quarenta unidades de medicina diagnóstica, além de dez unidades de ensino com 29 mil alunos matriculados. O Einstein administra, ainda, outros cinco hospitais públicos nos estados de São Paulo, Goiás e Bahia, totalizando 1.448 leitos e 26 unidades ambulatoriais, cujos gastos são compensados por reembolsos pagos pelas respectivas prefeituras, o que faz com que a inadimplência seja reduzida nesses contratos.

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Perfil de negócios

O Einstein possui forte marca e é reconhecido nos mercados local e internacional por sua excelência assistencial à saúde, com atuação em um nicho premium, que atenua os riscos de competição e de sua limitada escala de negócios. O hospital tem histórico de robusto perfil financeiro, apoiado na forte geração de caixa operacional, baixo endividamento e ausência de distribuição de dividendos.

O cenário-base incorpora uma expectativa de crescimento da dívida líquida para em torno de R$ 365 milhões até o final de 2025, frente à posição de caixa líquido em junho de 2024, como reflexo principalmente dos investimentos em curso. A empresa deve manter alavancagem financeira líquida, medida pelo índice dívida líquida/Ebitda, inferior a 1,0 vez nos próximos dois anos, mesmo com os maiores investimentos programados.

A Fitch projeta Ebitda em torno de R$ 810 milhões em 2024 e R$ 900 milhões em 2025, com margens entre 14% e 15%. O fluxo de caixa das operações (CFFO) é estimado entre R$ 550 milhões e R$600 milhões em 2024 e entre R$ 600 milhões e R$ 650 milhões em 2025, após necessidades médias anuais de capital de giro de cerca de R$ 200 milhões. A Fitch acredita que o fluxo de caixa livre (FCF) deve ficar negativo em torno de R$ 200 milhões em 2024 e R$400 milhões em 2025, pressionado pelo forte plano de investimentos de aproximadamente R$1,9 bilhão no biênio, que inclui, além da construção do cancer center e da nova unidade hospitalar, reformas e ampliações de unidades e centros cirúrgicos e investimentos em tecnologia. Devido à sua natureza de associação civil sem fins lucrativos, o Einstein não realiza distribuição de dividendos.

De acordo com a agência, os movimentos de consolidação e de integração vertical entre as empresas de saúde aumentaram a concorrência no setor nos últimos anos, enquanto a pandemia de coronavírus tensionou o relacionamento entre os prestadores de serviços e as fontes pagadoras, resultando em pressões no capital de giro das empresas. Por atuar em um nicho de mercado mais premium, o Einstein está menos exposto à competição, o que contribui para fortalecer seu poder de barganha com as fontes pagadoras, permitindo atenuar o impacto da atual dinâmica de mercado em seu capital de giro.

“A longo prazo, os fundamentos do setor permanecem sólidos, apoiados no envelhecimento populacional, no desequilíbrio entre oferta e demanda por leitos no país e no potencial de expansão da taxa de cobertura dos planos de saúde privados em relação ao total da população brasileira, atualmente em 25%”, destaca o relatório.

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