O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil informou, por meio de nota, que aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dos “dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
A posição é a mesma manifestada pelo Centro Carter, principal que enviou observadores à Venezuela para a eleição, que pediu ao CNE “para publicar imediatamente os resultados das eleições presidenciais no nível das seções eleitorais”. A mesma postura foi adota pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que celebrou as eleições venezuelanas e disse esperar pelos resultados oficiais.
O chefe do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou nesta segunda-feira que o CNE deve publicar “nas próximas horas” as atas eleitorais que mostram o resultado de cada uma das mais de 30 mil mesas de votação desse domingo, “tal como historicamente se tem feito graças ao sistema automatizado de votação”.
Saab acusou María Corina Machado, opositora do governo de Nicolás Maduro, de estar envolvida no suposto ataque hacker contra o sistema do CNE neste domingo. O Conselho Eleitoral diz que um ataque atrasou a totalização dos votos e a proclamação dos resultados, feita por vota das 1h da manhã no horário de Caracas (2h de Brasília), que deu vitória a Maduro com 51,21%, contra 44,2% de Edmundo González, após apuradas 80% das urnas.
De acordo com Saab, o ataque teve origem na Macedônia do Norte, país do leste europeu da antiga Iugoslávia, com a intenção de manipular os dados do CNE. Ainda segundo a autoridade venezuelana, estariam por trás desse plano, entre outras pessoas, o opositor Leopoldo López, foragido da justiça e hoje radicado na Espanha, além da opositora María Corina Machado.
Rússia, China, Cuba e Bolívia estão entre os países que já reconheceram a reeleição de Maduro. EUA e Europa aguardam a divulgação das atas eleitorais. O presidente da Argentina, Javier Milei, disse que não reconhecerá os resultados das urnas e pediu que “as Forças Armadas desta vez defendam a democracia e a vontade popular”, ecoando o que disse Corina: “O dever da Força Armada Nacional é fazer respeitar a soberania popular e é isso que esperamos.”
Com agências Brasil e Xinhua