Eleições 2024: 40% ainda podem mudar o voto e 63% não estão interessados no pleito

Emprego e meio ambiente devem ser prioridades do governo, segundo quem tem entre 18 e 24 anos

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Urna eletrônica (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Urna eletrônica (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

A poucos dias das eleições, a pesquisa mais recente da Alfa Inteligência revela um cenário de volatilidade e desafios para candidatos a prefeito em todo o Brasil: 40% dos eleitores declararam que ainda podem mudar de opinião em relação a sua intenção de voto. O estudo foi realizado em 300 cidades do país, entre os dias 2 e 8 de setembro, com 8 mil entrevistados. Isso mostra que, mesmo aqueles que aparentam estar na liderança, a situação pode ser instável.

“Campanhas estagnadas correm o risco de perder eleitores indecisos na reta final da campanha. A diferença entre uma vitória e uma derrota pode estar nas mãos desses indivíduos que ainda estão se decidindo”, explica Emanoelton Borges, CEO da Alfa Inteligência.

O levantamento mostra ainda que 63% dos brasileiros estão desinteressados nas eleições, um dado alarmante considerando a fatia elevada do eleitorado que isso representa.

“Neste momento de grande indefinição onde a barreira de entrada na cabeça do eleitor é muito alta, as peças de marketing precisarão de alta carga de criatividade e frequência para transpô-la. É crucial entender as nuances do que motiva o voto. Não existe uma receita de bolo universal, mas estratégias bem aplicadas podem fazer a diferença”, afirma Emanoelton Borges.

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Os dados coletados indicam que os eleitores estão cada vez mais exigentes e céticos em relação às propostas dos concorrentes. “As pessoas querem saber como o candidato pretende resolver os problemas locais, seja na saúde, na educação, na geração de emprego e renda ou no turismo. O segredo é garantir que essas propostas sejam críveis e realistas. Não adianta sair prometendo tudo e o eleitor não acreditar nisso”, esclarece Emanoelton. Nesse contexto, as pesquisas de opinião são ferramentas essenciais para medir a receptividade das propostas e ajustar a rota conforme necessário.

O estudo também destaca um indicador fundamental para este pleito eleitoral: a taxa de aprovação do atual prefeito.

“Aqueles com 50% de aprovação podem tanto eleger quanto não eleger o sucessor. É fundamental compreender que a aprovação do gestor atual não garante automaticamente a eleição do seu indicado. A taxa de conversão entre aprovação e intenção de voto é um indicador muito importante. Nesse sentido, prefeitos que por exemplo possuem 70% de aprovação e convertem 80% de sua aprovação em intenção de votos para seu candidato, este candidato terá algo em torno de 56% das intenções de voto”, destaca Emanoelton Borges.

Com o primeiro turno se aproximando, é mais importante do que nunca que os candidatos utilizem pesquisas de opinião sérias e de alta qualidade, para ajustar suas estratégias e se conectar de forma mais eficaz com a população. Elas são instrumentos primordiais para medir a temperatura da campanha e entender o que realmente importa para o eleitor. “Estar atento a essas variáveis pode fazer a diferença entre a vitória e a derrota”, finaliza Emanoelton.

Já o Radar Febraban, da Federação Brasileira de Bancos, realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entre os dias 9 e 15 de setembro, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país, apontou que na hora de escolher uma prioridade para o governo, quem tem entre 18 e 24 anos acompanha a opinião geral em muitos aspectos, mas, nos últimos meses, cresceu a preocupação entre esse público sobre dois temas importantes: emprego e meio ambiente.

Ao serem indagados sobre quais deveriam ser as áreas para que o Governo Federal deveria dar mais atenção nos próximos meses, os entrevistados entre 18 e 24 elegeram também a saúde como principal prioridade, a exemplo do que ocorre em todas as demais faixas etárias da pesquisa. Porém, entre os mais jovens, a diferença entre a primeira escolha (saúde, 27%) e a segunda (emprego e renda, 26%) é a mais curta em toda a pesquisa.

Isso porque nessa faixa etária, ao contrário das demais, a preocupação com o empregou aumentou (era de 24% no levantamento anterior, em julho; portanto, subiu 2 pontos percentuais nos últimos dois meses).

Comparativamente, entre 25 a 44 anos o índice se manteve o mesmo (24% em julho e agora em setembro); e de 45 a 59 anos, ocorreu a mesma coisa (20% nas duas pesquisas). Entre os entrevistados mais velhos, a partir de 60 anos, essa menção ao emprego como prioridade caiu de 23% para 17%.

Na média geral, a preocupação com emprego e renda recuou um ponto percentual (23% na pesquisa anterior e 22% agora, em setembro).

Outro tema que ganhou importância na opinião dos mais jovens foi o meio ambiente. Aqui, a tendência acompanha a percepção geral de que as questões ambientais e climáticas precisam ser mais prioritárias, diante das queimadas que afetam milhões de pessoas.

Em julho, entre os que tinham de 18 a 24 anos, o meio ambiente foi citado como prioridade por 5% dos entrevistados. Em setembro, esse índice passou para 10%.

Na média geral, essa preocupação com o meio ambiente subiu também de 5% para os atuais 10% da pesquisa Radar Febraban mais recente (o dobro de citações).

Saúde permanece sendo a maior preocupação (30%) como área prioritária para ações do governo federal, na visão dos brasileiros. Foram citados ainda emprego e renda, inquietação central de 22% dos entrevistados; educação (11%); inflação e custo de vida (também 11%); segurança (7%) e fome e pobreza (3%).

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