Elogios, só para ACM

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O presidente FH expôs o estado de tensão em que se encontra durante entrevista a uma revista francesa, na qual criticou a imprensa, o PT, os economistas estrangeiros, o governador Itamar Franco (MG), a Fiesp e a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Nem o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, escapou. FH foi questionado sobre uma possível privatização da Petrobras e, lembrado de que Bornhausen defende a medida, respondeu: “Mas Antonio Carlos Magalhães, que é o verdadeiro chefe desse partido, não compartilha dessa idéia.” E emendou: “Aí ainda a imprensa internacional deveria fazer a triagem entre as opiniões pessoais de indivíduos sem grande envergadura e as escolhas das pessoas que exercem real influência.”
Impacto
Os economistas estrangeiros “não compreendem nada sobre o que se passa conosco”, disse o presidente FH, ao comentar na mesma entrevista a repercussão da moratória declarada em janeiro pelo governador de Minas, Itamar Franco (PMDB). Itamar, afirmou o presidente, “procurou sobretudo chamar a atenção da opinião pública sobre si, a fim de conquistar um pouco mais de espaço no campo – muito obstruído – da oposição. Ele não imaginava sem dúvida o impacto enorme e desastroso que teriam suas medidas, fora do Brasil.”
Lugar cativo
Sobre a afirmação de que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) se queixava da falta de um industrial no ministério, FH disse: “É um raciocínio puramente corporativista. Não vale a pena nos determos nele.” Já banqueiros no Banco Central é norma do tucanato.

Oposição
Vetusto integrante de antigas equipes econômicas, conhecido por ser  mais direitista que Margareth Tatcher, parece ter mudado de posição sobre Furnas. Garantem fontes próximas que ele já não está concordando integralmente com a cisão da empresa. O que permite duas conclusões: a privatização de Furnas, ainda mais dividindo a estatal, é tão absurda que não tem defensores; e nunca é tarde para se ter um lampejo de lucidez.

Invasão
A Polícia Federal apresentou à imprensa dois sócios de uma empresa de informática em Brasília como sendo suspeitos de terem invadido páginas de órgãos públicos na Internet. Os dois negam, por meio de seus advogados, qualquer envolvimento na invasão das páginas oficiais. A suspeita foi lançada antes da realização de perícia de material apreendido na sede da empresa. Segundo a PF, os dois podem ter invadido os sites oficiais para depois oferecer o produto da empresa: sistema de segurança contra a invasão por hackers. A polícia também acredita que eles praticavam escuta telemática em redes de computadores, uma espécie de “grampo” pelo qual teriam acesso a dados que não são normalmente disponíveis. Duas razões para a suspeita: o rastreamento das ligações telefônicas, após a obtenção de ordem judicial para quebra do sigilo, e a existência de outros rastros que teriam sido deixados pelos próprios hackers. Recentemente, foram invadidas as páginas do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e da Câmara dos Deputados para divulgação de manifesto contra o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Cartão amarelo
O secretário da Receita, Everardo Maciel, confirmou que, se o jogador da seleção brasileira Ronaldo não tiver pago o imposto sobre o excedente da cota de US$ 500 em suas compras no Paraguai, a Receita poderá fiscalizar e fará a cobrança. Segundo o secretário, ao voltar para o Brasil de helicóptero, Ronaldinho passou por uma alfândega. “Se o jogador realmente estava com compras no valor de US$ 28 mil e não declarou, estará sujeito à punição.” O imposto cobrado pela Receita sobre o excedente da cota é de 50% do valor.

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Capital improdutivo
O aumento do ingresso de capital estrangeiro na América Latina não correspondeu a uma elevação na taxa de crescimento na região. Muito pelo contrário. Estudo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) mostra que, na década de 90, a entrada de capital estrangeiro foi 13 vezes maior que na década de 70; a taxa de crescimento do PIB da região, porém, foi 50% menor. A explicação encontrada pela Cepal é que os dólares se destinaram a privatizações e compra de ativos privados já existentes – sem, portanto, gerar nova riqueza, já que na maioria das vezes o dinheiro foi esterilizado no pagamento de juros da dívida externa e para fechar buracos na conta de pagamentos. Nos últimos três anos, essa transferência de propriedade representou nada menos do que dois terços do fluxo de capital para a região. Além de pouco contribuir para o desenvolvimento da AL, ainda se contrata, dessa forma, maior remessa de lucros daqui para os países  mais ricos.

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