Em 2020, 53% dos brasileiros pediram empréstimo para pagar dívidas

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Dinheiro (Foto: Filipe Castilhos)
Dinheiro (Foto: Filipe Castilhos)

Em 2020, 53% dos brasileiros pediram empréstimo pessoal para ficar com as contas no azul. É o que apontou pesquisa realizada pela fintech Bom Pra Crédito. Ainda de acordo com o estudo, investir em um negócio (19%), comprar um veículo (7%), reformar um imóvel (6%), fazer compras (4%) ou comprar um imóvel (3%) seguem liderando o ranking de prioridades financeiras dos tomadores de empréstimo.

Para Ricardo Kalichsztein, CEO do Bom Pra Crédito, em um ano tão atípico, as finanças de muitos brasileiros ficaram comprometidas, sendo necessário recorrer ao crédito para manter a organização das contas em dia. “Alguns fatores contribuíram bastante para a busca por crédito neste ano, tais como a redução do auxílio emergencial, a alta nos preços de alimentos e compras de supermercado, além da variação excessiva do IGP-M em 2020, índice utilizado nos contratos de aluguel”, explica Kalichsztein.

Ainda de acordo com dados, ao longo do ano, a procura por empréstimo aumentou 27,7% na média diária de solicitações por pessoas com renda de até R$ 2 mil no quarto trimestre, quando comparado ao fim do terceiro. Os números reforçam um impacto financeiro maior na população de baixa renda das classes C e D.

Quanto ao perfil dos respondentes, o público majoritário foi de assalariados (42%) e autônomos (33,5%). “A pandemia pegou muita gente de surpresa, principalmente os mais de 20 milhões de trabalhadores autônomos que temos no país. Nesse cenário, diversas medidas, adaptações tiveram que ser tomadas para evitar prejuízos e impedir a falência dos negócios, incluindo as solicitações de empréstimo”, analisa.

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Dados da Projeção de Inadimplência, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), mostram que a taxa de inadimplência de pessoa física deve registrar queda gradual, com média de 4,39% para dezembro, 4,34% em janeiro e 4,25% em fevereiro. A pesquisa contempla recursos livres (compras a prazo, créditos fornecidos e cartão de crédito) de aproximadamente 60 milhões de pessoas que votam no Brasil e, destes, a taxa de dezembro implica em cerca de 2,6 milhões de brasileiros inadimplentes.

Para o economista e presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo, o principal motivo da queda é o adiamento de compras de bens duráveis por parte dos brasileiros. “Em razão do próprio desemprego ou a insegurança em relação ao emprego, as pessoas diminuíram gastos com vendas de itens de maior valor associadas ao crédito e, consequentemente, ao risco de ficarem inadimplentes”, analisa o economista.

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